Mais de 300 mil pessoas se manifestaram a favor das mulheres e da vida só na Cidade do México, somando com as marchas em outras cidades do país, cerca de um milhão de pessoas, segundo os organizadores.

Na Cidade do México, milhares de pessoas de concentraram antes das 11h ao pé do Auditório Nacional. A multidão vinda da própria capital e de outras partes do país percorreu os três quilômetros que separam o Auditório Nacional do Monumento da Independência, também conhecido como o Anjo da Independência, em meio a cânticos, lemas a favor da mulher e da defesa da vida desde a concepção.

 

Entre os cartazes e slogans destacaram-se as críticas aos ministros da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN), que em setembro proferiram duas sentenças a favor do aborto, contra a proteção da vida desde a concepção e decidiram restringir o direito de objeção de consciência dos profissionais de saúde.

 

Ao chegar ao Anjo da Independência, os milhares de participantes foram recebidos por uma festa com música em homenagem às mulheres e à vida, além de vários testemunhos e mensagens de corajosas mulheres mexicanas.

 

No palco, um médico realizou um ultrassom em uma jovem grávida de 38 semanas, permitindo que os participantes da marcha ouvissem os batimentos cardíacos do bebê.

 

O coordenador da marcha, Marcial Padilla, compartilhou seu testemunho junto com sua muher Mayela Sepúlveda e com a sua filha Ana Paula, de 9 anos, que sofre de "lesão cerebral gravíssima".

“Ela não pode cuidar de si mesma, para tudo ela precisa de nós”, disseram. “É tão vulnerável como quando era um bebê antes de nascer ou recém-nascida. A doença não é um limite para o amor”.

Enquanto “alguns poderiam pensar que Ana Paula vale menos, ou que a sua vida não tem sentido”, afirmaram, “é exatamente o contrário”.

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“Isso não quer dizer que seja fácil ou que não nos custe trabalho”, ressaltaram, mas destacaram que a vida de Ana Paula “por si só é maravilhosa”.

Também participou na marcha na Cidade do México Mayra Rodríguez, uma líder pró-vida que deixou a empresa multinacional de aborto Planned Parenthood depois de ver de perto a verdade sobre o aborto.

Mayra, que conseguiu vencer a Planned Parenthood no tribunal, disse: "hoje é a primeira vez que piso em minha cidade natal, em 27 anos, para marchar com vocês, como mexicana, a favor da mulher e da vida”.

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“Fui diretora da maior clínica de abortos do estado do Arizona”, disse ela, o “que vi lá é o que me faz estar hoje junto com vocês”.

Lianna Rebolledo, uma conferencista católica e líder pró-vida, lembrou que foi sequestrada e estuprada aos 12 anos e ficou grávida. Lianna lamentou que muitas vezes a família e o entorno, no caso de uma mulher estuprada, pensam que “a vida da menina está destruída, que ninguém vai amá-la, que já não tem valor, e o que vai fazer com o bebê”.

"Mas sabem que isso é uma vitimização dupla", disse.

No caso dela, destacou: “quando me disseram que eu estava grávida, isso mudou a minha vida”, embora os médicos tenham aconselhado abortar.

“Mesmo sendo uma menina de 12 anos, eu me perguntei: vou deixar de ter sido estuprada se abortar? Vou me esquecer do trauma? Não, certo?”, disse.

Para Lianna, "o maior presente que a vida me deu, que Deus me deu, foi a minha filha".

"Ela, com quatro anos, me disse, mamãe, obrigado por me dar a vida", disse.

Por volta das 14h30, e em clima de festa e alegria, culminou a histórica marcha “Em favor das mulheres e da vida” na Cidade do México.

 

Rodrigo Iván Cortés, presidente da Frente Nacional pela Família, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que neste 3 de outubro “o México marchou, o México está de pé, o México não se rende, o México está a favor da vida, a favor da mulher, a favor da família, a favor das liberdades fundamentais”.

“Que nos ouçam os três poderes da união: Executivo, Legislativo e Judiciário”, disse, assim como os níveis “federal, estadual e municipal”.

“Que ouçam alto e claro: não queremos mais morte, queremos mais vida, não queremos que legalizem o crime do aborto, queremos que protejam a mulher grávida e o bebê que leva dentro. Não queremos que redefinam a família, mas que a apoiem".

“Não que violem as liberdades fundamentais, mas que as respeitam, começando pela liberdade de consciência e de religião. Em concreto, o que é o direito à objeção de consciência do setor saúde: não podem os obrigar a matar inocentes”, exigiu.

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