A eutanásia de Martha Liria Sepúlveda Campo, de 51 anos, que não está em estado terminal, vai gerar muitos danos, dor e fracasso na vida das pessoas, disse Jesús Magaña, presidente da plataforma Unidos pela Vida na Colômbia. “Nós sabemos, sentimos, acreditamos e somos solidários com ela no sofrimento de sua doença, mas achamos que está errando na solução”, disse Magaña à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

“Tomara que os padres aos quais ela está se aproximando possam dar orientação. Ela já comentou que algum padre com quem ela foi se confessar não lhe deu a absolvição justamente pelo que está pensando em fazer”, disse Magaña. “Tomara que o Senhor toque o seu coração, a ilumine e lhe dê a possibilidade de entender que esta é uma oportunidade para crescer e não para perder a sua vida totalmente”.

Martha Liria Sepúlveda Campo tem 51 anos, mora em Medellín e sofre de esclerose lateral amiotrófica, conhecida como ELA, doença dos neurônios no cérebro, tronco cerebral e medula espinhal que controlam o movimento dos músculos voluntários, afetando 5 pessoas em cada 100 mil no mundo. Por causa da doença, Martha Liria Sepúlveda perdeu os movimentos das pernas no ano passado.

No dia 3 de outubro, a rede de TV Caracol transmitiu uma reportagem na qual a mulher disse que está “tranquila” com a decisão de receber a eutanásia. Dizendo-se católica, ela disse: “Considero que tenho muita fé em Deus, mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acho que não quer ver ninguém. Nenhum pai quer ver os seus filhos sofrerem”.

O Catecismo da Igreja Católica ensina, no número 2.277: “Uma ação ou uma omissão que, de per si ou na intenção, cause a morte com o fim de suprimir o sofrimento, constitui um assassínio gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador. O erro de juízo, em que se pode ter caído de boa fé, não muda a natureza do acto homicida, o qual deve sempre ser condenado e posto de parte.”

A morte de Martha está programada para o domingo, 10 de outubro, às 7h.

Caso persista em sua decisão, Martha Liria Sepúlveda seria a primeira mulher em estado não terminal a morrer após a decisão da Corte Constitucional da Colômbia que permitiu, em julho deste ano, estendeu a eutanásia a pacientes não-terminais.

“É um comentário que fazemos com muita dor no coração por essa confusão terrível que Martha Liria gera para sua vida e para outras pessoas na Colômbia que vai gerar muitos danos, muitas dores e muitos fracasso na vida das pessoas”, alertou o presidente de Unidos pela Vida.

Magaña destacou a importância de recorrer aos cuidados paliativos e considerou que acreditar que Deus acolhe a decisão de uma mulher de se submeter à eutanásia é uma “postura de uma pessoa confusa que tenta resolver um problema com uma solução mais grave do que o próprio problema”.

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“É uma verdadeira contradição e confusão nessa mentalidade contaminada de hedonismo, onde o único ou o bom é o prazer, não sentir dor, e o mal é justamente a dor”, lamentou.

Magaña disse ainda que “a verdade é que a vida, em sua constante evolução, tem dor permanentemente. Sob esta visão, a vida não vale a pena ser vivida porque a dor estará presente. Nesse sentido, todos deveríamos nos suicidar”.

O presidente de Unidos pela Vida também destacou que “o sentido católico e cristão da vida nos diz que a dor tem um sentido, se tem um por quê” que é “a união com o Senhor”.

Isso, concluiu, “para aqueles que acreditamos em Jesus, chama-nos a nos identificar com a sua paixão, a sua morte e também com a sua ressurreição”.

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