Depois de intensos protestos de diversos setores, a Prefeitura da Castilha-La Mancha decidiu "suspender provisoriamente" quatro polêmicas cartilhas escolares para meninas entre 11 e 18 anos, acusadas de promover o lesbianismo, o aborto e a masturbação.

Há alguns dias, a rede COPE denunciou que o Instituto da Mulher da Junta de Comunidades de Castilha-La Mancha tinha difundido nos institutos da Comunidade Autônoma quatro "cartilhas para garotas" para, em palavras da diretora do próprio organismo, "modificar o pensamento e as condutas discriminatórias até alcançar um novo modelo de mulher".

Os textos aconselham às adolescentes masturbar-se em "algumas parte concretas" de seu corpo, promove o "auto-erotismo", e até lhes sugere –com desenhos explícitos– que se tiverem "a possibilidade de que alguém de sua confiança lhe faça massagens, relaxe-se e abandone-se... certamente se sentirá estar em outra galáxia".

Além de propor o aborto como saída para uma gravidez inesperada, as cartilhas promovem as relações homossexuais. "E se você gosta ‘especialmente’ de uma garota?: Certamente terá ouvido que o normal é que você goste dos meninos, mas se informe bem e pense um pouco por sua conta descobrirá que o natural é que se dê o amor e a expressão sexual entre as pessoas, sejam de diferente ou do mesmo sexo", dispõem os guias.

Segundo a Plataforma Cidadã HazteOir.org, "de novo uma comunidade governada pelo PSOE fica à cabeça na corrida por usurpar dos pais o direito à educação dos filhos, esquecendo a obrigação de respeitar as crenças e os valores que os pais querem transmitir aos filhos, amparada pela Constituição".

Perante as críticas de diversos setores, o Governo Regional de Castilha-La Mancha informou que com a suspensão provisória "se pretende garantir a adequação do texto às necessidades pedagógicas da comunidade escolar" e assegura que o material será revisado novamente por seus "profissionais em matéria educativa".

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Entretanto, Hazteoir.org considerou insuficiente a suspensão temporária e exigiu a demissão das responsáveis pelas guias. "A tentativa de ideologizar a sexualidade de meninas pré-adolescentes às custas dos pais é tão grave que exige a demissão dos responsáveis", sustenta.

O porta-voz do HazteOir.org em Castilha-La Mancha, Alejandro Campoy, manifestou que a plataforma cidadã vai seguir em frente com a pressão para que as administrações educativas suspendam definitivamente a divulgação do panfleto, que qualificaram como "famifóbico".

"Não se trata de revisar ou modificar conteúdos", assinalou Campoy, "o que está em jogo é algo muito mais sério: a invasão por parte da autoridade pública de um âmbito reservado em exclusiva aos pais, de acordo ao artigo 27 da Constituição. A educação sexual na escola de titularidade estatal deve limitar-se a uma formação asséptica e científica sobre todos os aspectos que envolve uma questão tão importante".

"Qualquer tentativa de incidir na escola sobre colocações ideológicas ou morais sem consentimento dos pais obedece ao objetivo de impor uma moral estatal e sectária aos jovens. Uma tentativa liberticida de manipulação através do sistema educativo completamente totalitário, ao mais puro estilo soviético", indicou.

Durante o fim de semana passado, o Arcebispo de Toledo, Dom. Antonio Cañizares, pediu a retirada imediato dos guias e assinalou que o texto "desfigura e diminui a figura da mulher".