Ao celebrar hoje (9), os 35 anos da queda do Muro de Berlim, é importante recordar o papel fundamental de são João Paulo II na queda dos regimes totalitários comunistas na Europa Oriental.

“Na verdade 50% da queda do muro está relacionada a João Pablo II, 30% à Solidariedade e Lech Walesa, e apenas 20% ao resto do mundo. Essa era a verdade naquela época e é a verdade agora”, afirmou Walesa em 2009.

Walesa, líder político polonês e cofundador do partido Solidariedade, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983, devido aos seus esforços pela democracia e acabar com a tirania comunista em Polônia, sua terra natal.

O Muro de Berlim começou a ser construído em 1961, mas os problemas remontam ao final da Segunda Guerra Mundial.

Depois que terminou o regime nazista, os aliados dividiram o controle de Berlim, a capital da Alemanha, assim como o país: o lado oriental ficou nas mãos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e o lado ocidental sob o controle dos Estados Unidos, Reino Unido e França.

Berlim ficou inteiramente dentro do lado soviético, mas dividida pela metade.

O muro foi construído como um esforço do regime soviético para impedir a fuga do território que controlavam para o lado ocidental e democrático. Deste modo, a estrutura se tornou um símbolo da chamada “cortina de ferro” entre os países ocidentais e a URSS e seus países satélites.

Mas, um ponto fundamental da queda do regime soviético ocorreu quando são João Paulo II foi eleito papa, em outubro de 1978.

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Para Walesa, antes do pontificado de são João Paulo II, “o mundo estava dividido em dois blocos” e “ninguém sabia como se livrar do comunismo”.

“Em Varsóvia (Polônia), em 1979, ele (são João Paulo II) simplesmente disse: ‘Não tenham medo’ e logo rezou: ‘Que o teu Espírito desça e mude a imagem da terra... desta terra’”.

O movimento Solidariedade, sob a liderança de Walesa e a inspiração do papa, chegou a aglomerar mais de um terço dos trabalhadores da Polônia e teve um papel fundamental no fim do comunismo nesse país, assim como no resto da URSS.

Em um comentário póstumo pela morte de são João Paulo II em 2005, o historiador britânico Timothy Garton Ash, agnóstico liberal, indicou que, embora “ninguém possa provar de forma conclusiva que ele (São João Paulo II) foi a principal causa do fim do comunismo”, “as figuras mais importantes de todos os lados”, entre eles, o falecido ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, “estão de acordo que ele foi”.

“Sem o papa polonês, não haveria ocorrido uma revolução de Solidariedade na Polônia em 1980; sem Solidariedade, não teria acontecido nenhuma mudança dramática na política soviética em relação à Europa Oriental sob (Mikhail) Gorbachov; sem essa mudança, não teria ocorrido uma revolução em 1989”, na Checoslováquia.

Em 9 de novembro de 1989, depois que as autoridades soviéticas permitiram a passagem do leste para o oeste de Berlim, começaram a demolir o muro. Em 1991, Mikhail Gorbachov dissolveu a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Um fragmento do Muro de Berlim é preservado no Santuário de Fátima, como símbolo de agradecimento à Virgem Maria por guiar “com carinho maternal” os povos “à liberdade”.