WASHINGTON DC, 21 de out de 2021 às 15:00
O ex-técnico de futebol americano da Universidade do Estado de Washington pretende processar a universidade por tê-lo demitido por não querer tomar vacina contra a Covid-19. Nick Rolovich, que é católico, não conseguiu uma isenção por motivos religiosos da universidade e alega discriminação religiosa em sua demissão.
O Estado de Washington adotou a vacinação obrigatória contra covid-19. Rolovich pediu isenção por motivos religiosos mas a univerisdade recusou. Rolovich e mais quatro assistentes, que também não quiseram se vacinar, foram demitidos.
“É um comentário trágico e crítico sobre nossa cultura que o treinador Rolovich tenha sido ridicularizado, demonizado, e, por fim, demitido de seu emprego meramente por ser devoto em sua fé católica”, disse o advogado do treinador, Brain Fahl ontem ao anunciar que o treinador recorrerá à Justiça. Fahling alega que a demissão “é injusta e ilegal”.
O governador de Washington, Jay Inslee, democrata, anunciou a vacinação obrigatória no dia 18 de agosto, exigindo que empregados de instituições de ensino fossem vacinados. O mandato de Inslee prevê isenções religiosas.
Segundo o Escritório de Administração Financeira do Estado de Washington, 1.887 funcionários do Estado deixaram seus empregos ou foram demitidos por causa do mandato, que estabeleceu a data de 18 de outubro como prazo máximo para a vacinação. O número é pouco menor do que o de isenções concedidas pelo Estado: 1.927. Cerca de 63 mil empregados do Estado, 89,4% do total, foram vacinados.
Seguno o advogado de Rolovich, o diretor de esportes da universidade, Pat Chun, fez o treinador sair escoltado do campus, poribiu-o de entrar em seu escritório dele e de falar com o time de futebol que treinava.
A Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), orgão da Santa Sé responsável pela doutrina, e a conferência episcopal dos EUA trataram das preocupações de alguns católicos com o fato de que todas as vacinas de covid-19 terem sido feitas ou testadas usando uma linhagem de células originada de abortos fefitos na década de 1970. Como o aborto não foi feito com a intenção de gerar essa linhagem de células, e como o fato se deu há muito tempo, a CDF concluiu que a conexão com o mal é remota e o uso das vacinas, se não houver alternativa, é “moralmente lícito” diante do “perigo grave” da pandemia. Vacinar-se, porém, não é “uma obrigação moral”, declarou a CDF. A conferência episcopal americana reiterou essa posição.
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O bispo de Spokane, dom Thomas Daly, cuja jurisdição abrange a Universidade do Estado de Washington, declarou que católicos podem tomar as vacinas de covid-19 apesar de sua ligação “remota”’ com o aborto. “Podemos aceitar essas vacinas pelas razões morais proporcionais nesta circunstância, tais como a preservação da saúde, da vida, de dos meios de vida”, disse o bispo em uma carta pastoral de 29 de janeiro de 2021.
“Os indivíduos são livres para não se vacinar”, escreveu Daly, “mas devem se manter atentos e agir de acordo com meios que possam contribuir para o bem comum durante esse tempo de pandemia”.
Ele também reconheceu os direitos de objeção de consciência de católicos que recusam a vacina, mas dissuadiu os padres de sua diocese de assinarem documentos que afirmam a objeção de consciência de fiéis.
Confira também:
Bispos dizem que não há norma na Igreja que obrigue um católico a se vacinar https://t.co/TAwsRpI7jN
— ACI Digital (@acidigital) August 9, 2021