O papa Francisco confirmou o cardeal Silvano Maria Tomasi como delegado especial da Ordem de Malta e concedeu-lhe mais poderes para convocar um capítulo geral extraordinário.

A Soberana Ordem Militar e Hospitaleira de São João de Jerusalém, de Rodas e de Malta, mais conhecida como Ordem de Malta, “é uma das instituições mais antigas da civilização ocidental e cristã. Como ordem religiosa da Igreja Católica desde 1113 e sujeito de direito internacional, a Ordem Soberana de Malta mantém relações bilaterais com mais de 100 Estados e com a União Europeia, assim como uma missão permanente de observação ante as Nações Unidas”, diz o site da ordem.

“A ordem “é neutra, imparcial e apolítica. Atualmente, a Ordem de Malta está presente em 120 países com projetos médicos, sociais e humanitários em favor dos necessitados. Dia após dia, seus projetos sociais de amplo espectro oferecem apoio constante a pessoas esquecidas ou excluídas da sociedade”.

Sua principal missão “é ajudar as pessoas vítimas de conflitos armados e desastres naturais, oferecendo assistência médica, atendendo os refugiados e distribuindo remédios e material básico de sobrevivência”.

Em 1º de novembro de 2020, o papa nomeou o cardeal Silvano Maria Tomasi como delegado especial para a Soberana Ordem Militar de Malta, após a renúncia do cardeal Angelo Becciu como prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e de todas as suas outras responsabilidades na cúria romana como consequência das acusações de corrupção que pesam contra ele.

Numa carta divulgada pela Santa Sé em 26 de outubro, o papa destacou “com gratidão, os passos positivos dados no que diz respeito à renovação espiritual e moral da Ordem, especialmente dos Membros Professos, bem como o processo de atualização da Carta Constitucional e do Código Melitense, sendo este último de fundamental importância não só para o próximo Capítulo Geral Extraordinário, mas sobretudo para a renovação da Ordem”.

Francisco destacou que o seu delegado especial "goza de todos os poderes necessários para decidir as questões que possam surgir para a implementação do mandato" para "poder continuar com esta importante obra de renovação. "

“Na qualidade de meu delegado especial, tem o poder de reivindicar para si aspectos do governo ordinário da Ordem, derrogando também, se necessário, a atual Carta Constitucional e o atual Código Melitense, bem como resolver todos os conflitos internos dentro da Ordem ex auctoritate Summi Pontificis”, disse o papa.

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“Tendo em vista o próximo Capítulo Geral Extraordinário, para fazer frente aos problemas que possam surgir, concedo-lhe também expressamente os seguintes poderes: Convocar o Capítulo Geral Extraordinário para uma data que ele irá determinar e copresidir sobre; definir um regulamento ad hoc para a composição e celebração do Capítulo Geral Extraordinário; aprovar a Carta Constitucional e o Código Melitense; proceder com a renovação do Conselho Soberano em conformidade com os novos textos normativos; convocar o Conselho Completo de Estado para a eleição de um novo Grão-Mestre”, escreveu o papa.

O papa acrescentou que não tem dúvidas "de que toda a Ordem, em todos os níveis, colaborará de bom grado convosco em espírito de autêntica obediência e respeito".

Também foi confirmado “Marco Luzzago em seu cargo como Tenente do Grão-Mestre até a conclusão do Capítulo Geral Extraordinário e a subsequente eleição de um novo Grão-Mestre da parte do Completo de Estado”.

O papa expressou o seu “apoio e encorajamento e apoio à Família de São João nas numerosas obras de caridade que realiza com o louvável trabalho dos seus membros e voluntários em diferentes partes do mundo, em fidelidade aos objetivos da Ordem, ou seja, a defesa da fé e o serviço aos pobres, aos enfermos e aos mais vulneráveis” e concedeu a bênção apostólica ao cardeal delegado e a todos os membros e voluntários da Ordem de Malta.

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