Um grupo de 20 parlamentares ligados à causa homossexual protocolou uma representação no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o jogador de vôlei Maurício Souza, que está sendo acusado de homofobia por causa de uma publicação em suas redes sociais na qual criticou a publicação de história em quadrinho em que o novo Super-Homem é bissexual. Nesta semana, o atleta teve seu contrato com o Minas Tênis Clube reincidido pelo mesmo motivo, por pressão dos patrocidaores do time Fiat e Gerdau.

Assinam a representação o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), os deputados federais David Mirando (PSOL-RJ), Vivi Reis (PSOL-PA), Prof. Israel (PV-DF), o deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF), a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP),  a deputado estadual suplente Ari Areia (PSOL-CE), a codeputada estadual Robeyonce Lima (PSOL-PE), as vereadoras Erika Hilton (PSOL-SP), Mônica Benício (PSOL-RJ), Linda Brasil (PSOL-SE), Duda Salabert (PDT-MG), Bella Gonçalves (PSOL-MG), Thabatta Pimenta (PROS-RN), Benny Briolly (PSOL-RJ), Carla Ayres (PT-SC), Daiana Santos (PCdoB-RS), Brisa Bracchi (PT-RN), Maria Marighella (PT-BA) e a vereadora suplente Tati Ribeiro (PSOL-RN).

Na representação ao MPMG, os parlamentes pedem que Maurício Souza seja alvo de uma ação penal pública devido “à prática e à incitação do preconceito e a discriminação homotransfóbica”. Pedem ainda que o jogador pague uma “indenização por dano moral coletivo” de no mínimo 50 mil reais e que as publicações sejam removidas do Instagram do atleta.

O grupo, que conta com vereadores, deputados e senadores de 13 estados e sete partidos, também oficiou o Facebook, empresa detentora do Instagram. Os parlamentares solicitaram uma reunião para falar sobre os comentários de Maurício Souza e para “discutir suas políticas de combate à violência LGBTfóbicas e ao discurso de ódio”.

Maurício Souza, que era atleta do Minas Tênis Clube e medalhista de ouro na Olimpíada de 2016 com a seleção brasileira, publicou em sua conta de Instagram uma imagem sobre a nova história em quadrinhos da DC Comic sobre o novo Super-Homem, Jon Kent, filho de Clark Kent, que se assume bissexual. O personagem aparece beijando outro homem. “É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, comentou o atleta.

Maurício foi acusado de homofobia e recebeu muitas críticas. Os patrocinadores do Minas cobraram do clube a adoção de “medidas cabíveis” em relação ao atleta e, após pressão, o jogador foi demitido da equipe no dia 27 de outubro. Além disso, o técnico da seleção brasileira de vôlei, Renan Dal Zotto, disse em entrevista a O Globo que Maurício está fora de seus planos.

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Ao enviar a representação ao MPMG, os parlamentares afirmaram que Maurício Souza “tem usado suas redes sociais há muito tempo para disseminar comentários ofensivos à comunidade LGBTQIA+, direta ou indiretamente”. “A discriminação é nítida e direta, porque decorrente da intenção explícita de humilhar e constranger toda a população LGBTQIA+, causando prejuízo no exercício adequado do direito fundamental à cidadania e risco aumentado de violência por discursos como este”, afirmaram.

No ofício enviado ao Facebook, pediram que as publicações de Maurício Souza sejam removidas “por ferir os limites da liberdade de expressão e caracterizar puro e simples discurso de ódio incitador do preconceito e da discriminação contra a população LGBTQIA+”.

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