O bispo de San Sebastián, Espanha, dom José Ignacio Munilla, criticou duramente a declaração do presidente norte-americano Joe Biden, na qual afirma que o papa Francisco o encorajou pessoalmente a continuar recebendo a comunhão apesar de seu apoio aberto ao aborto.

“Estas incríveis declarações revelam o caráter moral de quem é capaz de comprometer e manipular o papa com a intenção de lavar sua consciência manchada pelo sangue de tantas vidas inocentes injustamente eliminadas”, disse dom Munilla em um tweet publicado neste sábado, 30 de outubro.

Na sexta-feira, 29 de outubro, o papa Francisco recebeu Biden no Vaticano por 75 minutos. O presidente dos Estados Unidos disse à agência de notícias Reuters que o papa Francisco o autorizou a continuar recebendo a Comunhão.

Biden comungou um dia depois na igreja de São Patrício, principal local de culto para a comunidade católica americana em Roma.

Segundo o boletim de imprensa da Casa Branca, Biden disse aos repórteres que, durante seu encontro com o papa, eles não discutiram sobre o aborto.

Questionado se surgiu a questão do aborto, o presidente respondeu: “Não, não foi tratado. Nós apenas falamos sobre o fato de que eu estava feliz, que era um bom católico e que devo continuar a receber a comunhão”. A Santa Sé não comentou a declaração de Biden.

Biden, o segundo presidente católico da história dos EUA, apoiou em seu primeiro ano no cargo o financiamento do aborto pelos contribuintes e emitiu uma declaração defendendo o aborto legal.

Depois da eleição de Biden, o arcebispo de Los Angeles, dom José Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, falou da divergência entre o presidente e a doutrina católica quanto ao aborto.

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Em novembro, os bispos dos Estados Unidos se reunirão em Baltimore, Maryland, para sua assembleia geral de outono, onde se espera que votem um documento que trata do ensinamento sobre a recepção da eucaristia.

Recentemente, o bispo de Providência, dom Thomas Tobin, falou sobre o tema Biden e o aborto.

“Caro papa Francisco, você afirmou com coragem que o aborto é 'assassinato'. Por favor, questione o presidente Biden nesta questão crítica”, escreveu ele no Twitter em 27 de outubro.

O "apoio persistente de Biden ao aborto", continuou ele, "é uma vergonha para a Igreja e um escândalo para o mundo".

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