LAGOS, 9 de nov de 2021 às 15:07
A arquidiocese Católica de Abuja, capital da Nigéria, que hoje é uma das maiores da África, começou com uma pequena comunidade que se reunia para rezar debaixo de uma árvore, 40 anos atrás. Hoje, a arquidiocese se orgulha de sua infra-estrutura e do grande número de católicos.
"Depois de quarenta anos, o que começou como missio sui iuris (missão independente) evoluiu para o que é hoje a Arquidiocese Católica de Abuja", disse o arcebispo Ignatius Kaigama durante a celebração dos 40 anos da arquidiocese, no sábado, 6 de novembro.
"Creio que a experiência do padre Kukah, como iniciar uma comunidade de culto sob uma árvore em Abuja, o preparou para seu ministério episcopal em Sokoto, uma diocese que compreende quatro grandes Estados" da NIgéria, disse Kaigama sobre o bispo Matthew Kukah, um dos iniciadores da comunidade católica de Abuja.
Foi Kukah que obteve o registro de igrejas e instituições paroquiais pioneiras na que hoje é a arquidiocese de Abuja. Kukah assumiu a liderança de Abuja enquanto trabalhava em tempo integral como diretor de desenvolvimento social da província eclesiástica de Kaduna, e Secretário Nacional de Desenvolvimento Social em Lagos.
A primeira residência do bispo nigeriano antes que qualquer coisa fosse construída na Arquidiocese foi um quarto que o então bispo Christopher Abba de Minna lhe ofereceu na casa paroquial em Suleja, uma cidade ao norte de Abuja.
Em seu discurso de 6 de novembro na Co-catedral de Abuja de Nossa Senhora Rainha da Nigéria, o Arcebispo Kaigama elogiou os esforços dos fundadores da Arquidiocese e de outras pessoas que, ao longo dos anos, contribuíram para seu crescimento, observando que sua contribuição foi "um pequeno bloco" para as fundações e pilares já existentes.
Ele reconheceu o falecido cardeal Dominic Ignatius Ekandem que, a partir de 6 de novembro de 1981, foi encarregado da responsabilidade como o primeiro Superior Eclesiástico da missão recém-criada.
“O falecido cardeal”, observou dom Kaigama em sua homilia, "viu a necessidade óbvia de um desenvolvimento pastoral sustentado no Território da Capital Federal e, com um ardente zelo e previdência, estabeleceu bases sólidas".
O atual líder da comunidade católica de Abuja contou que o falecido cardeal Ekandem procurava a assistência pastoral de Dioceses e Congregações Religiosas, para estabelecer estruturas que eventualmente definiriam a jurisdição eclesiástica de Abuja, construindo Paróquias, a Co-Catedral, hospitais e escolas como Regina Pacis, Christ the King College, Seminário Menor e orfanato, entre outros.
Hoje, a Arquidiocese de Abuja tem 79 paróquias, 23 capelanias e 51 áreas pastorais.
A arquidiocese também conta com 323 sacerdotes diocesanos e religiosos e outros Sacerdotes em missão secundária na arquidiocese, 380 religiosas e 132 seminaristas, que trabalham na Arquidiocese.
"Com nossa população católica mais de 900.000 católicos com jovens vibrantes, através da intercessão de Nossa Mãe Santíssima, imploramos ao Senhor da Providência que catapulte nossa Arquidiocese nos próximos quarenta anos para mais alturas pastorais através de nosso trabalho de amor; que nos faça testemunhas brilhantes em nossa perturbada nação, e no final de nossas vidas, nos permita ver Deus face a face no céu", disse dom Kaigama.
O arcebispo reconheceu os esforços de religiosos e religiosas e membros do clero, cujos trabalhos para construir a Arquidiocese considera notáveis.
"Apreciamos profundamente os religiosos e o clero diocesano que prestaram seu apoio à evangelização e ao desenvolvimento da infra-estrutura da jurisdição desde seus primeiros anos", disse ele, e acrescentou: "Deve ser feita menção à Sociedade das Missões Africanas (SMA), aos Padres Espiritanos (CSSp), aos Padres de São Patrício (SPS), às Servas do Santo Menino Jesus, às Irmãs do Santo Rosário e às Irmãs do Imaculado Coração, entre outros".
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"Leigos fiéis e dinâmicos, tanto os vivos como os que nos precederam, contribuíram com grande paixão e serviço dedicado para o tremendo progresso registrado até agora. Muito foi alcançado e trabalhando juntos, muito mais pode ser alcançado", disse dom Kaigama na celebração deste 6 de novembro.
Ele expressou seu apreço pelo cardeal John Onaiyekan que se tornou o bispo-auxiliar, bispo, e, depois, arcebispo de Abuja, nove anos após sua fundação. O cardeal, recordou dom Kaigama, ordenou muitos sacerdotes, criou muitas paróquias e providenciou muitas instalações.
O arcebispo Kaigama, assumiu a arquidiocese Nigeriana em 2019, disse sobre sua nomeação para suceder ao cardeal John Onaiyekan: "Vim humildemente pela graça de Deus, para acrescentar meu pequeno tijolo às enormes fundações e pilares já existentes".
"Com a criação de novas áreas pastorais, aumentando e fortalecendo as comissões, as frequentes reuniões do conselho presbiteral, do conselho pastoral, das sociedades eclesiásticas e da Assembléia Geral anual, esperamos consolidar as conquistas já registradas", disse ele.
O arcebispo de 63 anos disse que seus esforços buscam garantir que os marginalizados se sintam incluídos no crescimento da Igreja na capital da Nigéria.
"Intensificaremos nossos serviços para um impacto pastoral e espiritual mais positivo sobre os muitos que vêm a Abuja em busca do Novelo de Ouro, e muitos na 'outra Abuja', na periferia onde os grupos étnicos de extração Gbagi, Koro e Gwandara vivem em condições econômicas e infra-estruturais precárias", disse ele.
Ele expressou otimismo de que nas próximas décadas, com sacrifício sacerdotal e dedicação aos deveres pastorais, bem como o compromisso dos leigos, a arquidiocese de Abuja será "um lar de comunhão, participação e missão" a exemplo do Sínodo sobre a Sinodalidade que o Papa Francisco lançou no mês passado.
O arcebispo de Abuja reconheceu o potencial da Igreja na construção de uma comunidade onde ninguém se sinta deixado para trás. Ele disse que a Igreja pode construir uma sociedade melhor sozinha, mesmo onde não há apoio do governo.
"Como as partes do corpo, cada um de nós deve contribuir aos nossos serviços pastorais, educacionais, de atenção médica e outros serviços sociais, em uma sociedade onde as pessoas têm vindo a identificar a Igreja como provedora de amenidades sociais, emprego e alívio para os pobres, mesmo que ela não receba subsídios do governo como os líderes políticos eleitos prodigamente o fazem", disse o arcebispo Kaigama.
Finalmente, o arcebispo fez um apelo aos agentes pastorais, indivíduos e grupos da arquidiocese para redobrar seus esforços e contribuir para o esforço de evangelização patrocinando modestos edifícios da igreja, com a compra de terrenos e a construção de casas paroquiais, especialmente nas 51 áreas pastorais recém-criadas.
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— ACI Digital (@acidigital) March 29, 2021