O arcebispo de Westminster, cardeal Vincent Nichols, e a chefe da polícia de Londres, delegada Cressida Dick, decidiram criar um grupo de trabalho para permitir o acesso de padres católicos a cenas de crime para poder administrar os últimos sacramentos aos moribundos.

A decisão se deu por causa do que aconteceu na morte de sir David Amess, parlamentar pró-vida que foi esfaqueado em 15 outubro em Leigh-on-Sea, Essex. A polícia impediu a entrada de um padre e Amess morreu sem os sacramentos.

O padre Jeff Woolnough da igreja de São Pedro, em Eastwood, Leigh-on-Sea, disse que correu para a igreja metodista de Belfairs, em 15 de outubro, assim que soube que Amess havia sido atacado durante uma reunião da qual participava na igreja metodista. Como teve o acesso negado pela polícia, ficou rezando o rosário fora da zona demarcada pelo cordão de isolamento policial.

Os paramédicos atenderam David Amess, que sofreu várias facadas, por mais de duas horas e meia antes da chegada da ambulância que o levou para o hospital.

Após a morte de Amess, o bispo de Shrewsbury, dom Mark Davies, disse que espera que "uma melhor compreensão do significado eterno da hora da morte para os cristãos e do ministério da Igreja como um 'serviço de emergência' emerja desta terrível tragédia”.

O cardeal Nichols, que é também presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e de Gales, anunciou que o grupo estudará “o acesso concedido ou negado aos padres católicos em cenas de violência traumática” e considerará “se são necessárias mudanças para orientar os agentes que estejam nessas situações”.

Ao saudar a delegada antes da missa anual em honra aos policiais mortos, realizada na Catedral de Westminster, em Londres, o cardeal deu as boas-vindas aos “policiais de diferentes partes do país nesta eucaristia na qual lembramos e rezamos pelos colegas que morreram”.

“Agradeço à delegada por este acordo e confio em que ajudará a estabelecer um caminho útil neste assunto de considerável sensibilidade e importância para a comunidade católica”, disse o cardeal.

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Quatro membros da Câmara dos Lordes, câmara alta do Parlamento do Reino Unido, propuseram formalmente a "Emenda Amess" para garantir que os padres católicos possam administrar a extrema-unção nas cenas do crime.

“Ao proteger uma cena do crime em que há uma pessoa gravemente ferida, de tal modo que poderia morrer, presume-se que o agente encarregado permitirá a entrada à cena do crime de um ministro religioso para realizar rituais religiosos ou orações relacionadas com a morte”, diz a proposta.

Mike Kane, da Câmara dos Comuns, câmara baixa do Parlamento, homenageou David Amess, recordando sua participação ativa na Igreja Católica. “Os católicos acreditam que a extrema-unção ajuda a guiar a alma a Deus após a morte, então poderíamos ter a Emenda Amess para que, não importa onde esteja, em uma casa ou na cena do crime, qualquer pessoa possa receber o sacramento da extrema-unção”, disse.

O acusado de matar David Amess é Ali Harbi Ali, britânico de origem somaliana de 25 anos. Seu julgamento está marcado para começar em 7 de março de 2022..

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