PETRÓPOLIS, 16 de nov de 2021 às 12:05
A devoção a Nossa Senhora do Amor Divino, presente na diocese de Petrópolis (RJ), passou a ser universal, com a coroação pontifícia realizada no domingo, 14 de novembro. Em nome do papa Francisco, o bispo diocesano, dom Gregório Paixão, corou a imagem durante missa celebrada no santuário dedicado à Virgem. “A partir de agora, por meio dessa coroação, a devoção a Nossa Senhora do Amor Divino não está vinculada apenas a uma igreja, a uma diocese, a um país, mas é de todo o orbe terrestre”, disse o bispo.
Para dom Gregório, esta é uma “graça especial” que “ficará marcada na história não só da diocese, mas também na história da Igreja”. Segundo o bispo foi feito “o pedido ao papa com humildade” e “com o coração certo de que o papa atenderia”.
Dom Gregório Paixão recordou a história da imagem de Nossa Senhora do Amor Divino e sua ligação com a diocese de Petrópolis. A primeira capela foi dedicada a Nossa Senhora do Amor de Deus em 1751, na localidade do Rio da Cidade, na fazenda do casal português Manoel Antunes Goulão e Caetana de Assumpção. Anos mais tarde, em 1782, a filha de Goulão, Brites Maria de Assumpção, e seu marido Manoel Correa da Silva resolveram mudar a sede da fazenda para outra localidade, onde atualmente fica o bairro Corrêas. Nesse local, o filho deles, padre Corrêa construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora, dando-lhe o título de capela de Nossa Senhora do Amor Divino.
A cerca de um quilômetro da capela do padre Corrêa existia outra, iniciada no século XIX, que passou por várias mudanças estruturais ao longo das décadas, a última delas em 1930. Para lá foram levados o antigo retábulo e o altar da capela construída por padre Corrêa, assim como a imagem de Nossa Senhora do Amor Divino.
A diocese de Petrópolis foi criada em 13 de abril de 1946, por meio da Bula “Pastoralis qua urgemur”, do papa Pio XII. O primeiro bispo, dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, logo que tomou posse, em 1948, confiou seu ministério episcopal e toda diocese aos cuidados de Nossa Senhora do Amor Divino. Além disso, trazia em seu coração o sonho de construir um seminário diocesano e, sabendo dos milagres realizados pela intercessão de Nossa Senhora do Amor Divino, foi visitar a capela a ela dedicada. Diante da imagem, ajoelhou-se e pediu o milagre da construção, no que foi atendido prontamente.
“Estamos aqui não apenas para recordar uma história, mas para agradecer a Deus. Nosso povo foi perseverante. A fé que havia iniciado tão pequena, cresceu e multiplicou ao longo dos anos”, disse dom Gregório. “Desejamos abrir o nosso coração para acolher toda essa história. Mas, de modo especial, por meio dessa coroação, continuar a beleza dessa vida e dessa mesma história que se dá pelo nosso testemunho, pela nossa fé inabalável, pela confiança que temos em Deus, mas que também temos na intercessão da sempre Virgem Maria, que coroamos como rainha, como mãe de Deus, como nossa mãe, e que aclamamos como esposa do Espírito Santo, por isso, Ela o traz em forma de pomba junto ao seu coração”, afirmou.
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Logo após a homilia, dom Gregório Paixão coroou a imagem de Nossa Senhora do Amor Divino, em nome do papa Francisco.
Com esta, passam a ser sete as imagens que receberam a coroação pontifícia no Brasil. Entre elas estão: Nossa Senhora Aparecida, coroada em 1904, em Aparecida (SP); Nossa Senhora do Carmo, coroada em 1919, em Recife (PE); Nossa Senhora de Nazaré, coroada em 1953, em Belém (PA); Nossa Senhora da Apresentação, coroada em 1953, em Natal (RN); Nossa Senhora do Pilar, coroada em 1954, em São João Del-Rei (MG); Nossa Senhora da Conceição, coroada em 1963, em Conselheiro Lafaiete (MG); e agora, Nossa Senhora do Amor Divino.
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