MADRI, 17 de nov de 2021 às 11:08
Jordi Sabaté sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA) há sete anos. Ele foi diagnosticado com esta doença quando tinha 30 anos. Desde então, ele tem mostrado nas redes sociais sua vontade de viver, principalmente depois que a lei da eutanásia foi aprovada na Espanha e entrou em vigor em junho de 2021.
No dia 10 de novembro, uma assistente social visitou Sabaté, que vive em Barcelona, e perguntou-lhe o que desejava, “caso um dia eu esteja conectado a uma máquina ou me alimente artificialmente. Ou seja, como estou agora. Ela não era cega. Depois me ofereceu a eutanásia. NOJO", disse Sabaté em sua conta no Twitter.
Que bonita sociedad estamos creando.
— Jordi Sabaté Pons (@pons_sabate) November 10, 2021
Hoy ha venido una trabajadora social a verme.
Me ha preguntado mis voluntades por si algún día estoy enchufado a una máquina, o me alimento artificialmente. Es decir, como estoy ahora. No era ciega.
Luego me ha ofrecido la eutanasia.
ASCO
O presidente da Associação de Bioética e Ética Médica da Espanha, Luis Miguel Pastor, explicou ao jornal ABC que “a eutanásia não é uma opção a mais que pode ser oferecida pelo médico, embora provavelmente este seja o efeito que tenha por ser considerada um direito. Vamos nos encontrar com esta situação muitas vezes”.
Pastor também explicou que nem a lei da eutanásia nem o chamado “manual de boas práticas”, que detalha aspectos específicos da aplicação desta legislação, estabelece que sejam os profissionais os que devem informar sobre o pedido de eutanásia.
Funcionários do Departamento de Saúde informaram ao jornal ABC que "não há registro do caso" e disseram que o objetivo da lei da eutanásia é "reconhecer um novo direito"; e que a prestação assistencial começa “sempre com o pedido do paciente depois de ser informado pelo profissional de saúde que lhe acompanha nas necessidades de saúde e também emocionais que possam derivar de seu estado de saúde”.
Dom José Ignacio Munilla, bispo de San Sebastián, Espanha, entrevistou Sabaté em seu programa Sexto Continente. Jordi garantiu: “Sinceramente, me senti atacado e com raiva. Eu não conseguia acreditar no que ela estava me dizendo. Eu fiquei muito chateado".
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Atualmente Jordi Sabaté paga, graças à ajuda de familiares, mais de seis mil euros por mês para manter a ajuda que recebe em casa por 24 horas.
“Se você quer escolher morrer, você pede a eutanásia e pronto, mas se você escolhe viver e não tem dinheiro, a única alternativa que pode escolher é a morte. Com isso, não podemos escolher em igualdade de condições. Portanto, não há liberdade”, disse.
Os seguidores de Sabaté no Twitter expressaram indignação e preocupação pela situação vivida.
"Eu achava que isso precisava ser pedido por você, não que iriam te convencer. Que nojo”. “Nos hospitais, se é uma pessoa de idade avançada, sem nenhuma doença terminal, convidam a isso. Sei de dois casos diretos. Imagina se é um idoso que não tem uma família para lhe defender...”, disseram nas redes sociais.
Confira também:
Bispo colombiano implora a uma mulher que desista da eutanásia https://t.co/n9UP9DHdWJ
— ACI Digital (@acidigital) October 7, 2021