Uma Pietà com a imagem de George Floyd no lugar de Jesus foi roubada da faculdade de direito da Universidade Católica da América em Washington, DC, onde estava exposta, na terça-feira, 23 de novembro.

Em um e-mail enviado na quarta-feira, 24 de novembro, John Garvey, presidente da universidade, disse que o quadro foi substituído por uma versão menor, que antes estava no escritório de pastoral da escola.

"Mama", de Kelly Latimore foi posto do lado de fora da capela da faculdade de direito da universidade e provocou uma reação da mídia e um abaixo-assinado exigindo sua remoção que continua ativo.

Lattimore disse que o quadro foi encomendado para "lamentar" a morte de Floyd. Quando um jornalista perguntou se a figura na imagem é Floyd ou Jesus, a artista respondeu, ambiguamente: "sim".

Floyd foi morto aso 46 anos sob custódia policial em maio de 2020, provocando uma onda de protestos nos EUA. O ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, que rendeu Floyd colocando seu joelho sobre seu pescoço por vários minutos, foi condenado pela morte a 22 anos e meio de prisão.

"Muitos vêem a figura masculina como George Floyd", disse Garvey no e-mail, "mas nossa faculdade de direito sempre viu nela a figura de Jesus".

Em resposta à cobertura da mídia sobre o quadro no início desta semana, a universidade recebeu "um número substancial de e-mails e telefonemas com queixas", disse Garvey.

"Alguns críticos chamaram a imagem de blasfema porque a viram como deificação ou canonização de George Floyd. Alguns comentários que recebemos foram atenciosos e razoáveis. Alguns foram ofensivos e racistas. Muitas das críticas vieram de pessoas não ligadas à universidade", disse ele.

Garvey escreveu que, à medida que a controvérsia se desenvolveu, a universidade emitiu uma declaração, que ele incluiu em seu e-mail.

"O ícone 'Mama' é uma pietà representando Maria e seu Filho, Jesus Cristo. As letras no fundo são Ὁ ὬΝ (Aquele que é, em grego). As letras são usadas nos ícones somente em conexão com Jesus Cristo, o Filho de Deus", dizia a declaração anterior.

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"Há quem gostaria de ver George Floyd como a figura masculina no ícone. Não é assim que o lemos. A imagem representa para nossa comunidade uma tentativa de boa fé de incluir imagens religiosas no campus que refletem a universalidade da Igreja Católica", diz a declaração.

Um grupo de estudantes começou um abaixo-assinado para a retirada do quadro que eles "acreditam que é desrespeitoso e sacrílego". A petição, que começou na terça-feira, 23 de novembro, havia alcançado cerca de 2,5 mil assinaturas na tarde da quarta-feira.

Garvey disse que não estaria ordenando à escola que retirasse o quadro por causa de sua política de "não cancelamento".

"Tem sido política da Universidade, durante todo o meu tempo como presidente, não cancelar oradores ou impedir o discurso dos membros da comunidade", disse Garvey no e-mail.

"Esperamos continuar a construir no campus uma cultura que se engaje em um diálogo e debate ponderado, e não o tipo de tática de intimidação epitomizada por este roubo", acrescentou.

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