Foi aberta a fase diocesana do processo de beatificação de padre José Gumercindo Santos, na diocese de Serrinha (BA) neste sábado, 27 de novembro. O sacerdote fundou três congregações religiosas e é conhecido por sua dedicação aos idosos, pobres, órfãos, jovens e vocacionados, através da educação e da caridade. Para padre Júlio César de Mello Almo, superior geral da Sociedade Joseleitos de Cristo, uma das fundações de padre Gumercindo, é “um momento de grande alegria” e também ocasião de “voltar às origens daquele que foi instrumento de Deus para nossas fundações”.

Padre José Gumercindo Santos nasceu em 15 de agosto de 1907, em Itabaiana (SE), filho de José Januário dos Santos e Maria Rita de Jesus. Tinha duas irmãs, Maria Dulcina, que faleceu aos 15 anos, e Maria Epunina, que morreu ainda na infância. Desde cedo, aprendeu com sua mãe a caminhada na igreja, tornando-se coroinha. Aos sete anos, José Gumercindo recebeu a primeira comunhão.

Como a família foi abandonada pelo pai, José Gumercindo assegurou ainda criança o sustento próprio, de sua mãe e irmã. Pelo seu senso de responsabilidade, recebeu o apelido carinhoso de “Nozinho”, diminutivo de Senhor.

Aos 11 anos, viu chegar a Itabaiana o padre salesiano Pedro Ghislande. O sacerdote soube do desejo de Gumercindo de se tornar padre e o convidou para fazer parte da família salesiana. José Gumercindo fez o noviciado em 1925, em Lavrinhas (SP), e em 28 de janeiro de 1926, sua primeira profissão religiosa. Foi ordenado sacerdote em 8 de setembro de 1934, no Santuário Salesiano do Sagrado Coração de Jesus, em Recife (PE). Atuou em Pernambuco e no Amazonas, até chegar à Bahia, em 1953, na cidade de Tucano. Ali, assumiu por 35 anos a paróquia de Senhora Sant’Ana.

Por 29 anos, padre José Gumercindo serviu à congregação salesiana. Foi o fundador de duas congregações femininas, Santa Teresinha, em 1947, e Divino Mestre, em 1960, e uma masculina, os Joseleitos de Cristo, em 1950. Fundou também abrigo de idosos, creches, escolas.

Padre José Gumercindo Santos morreu aos 84 anos, em 10 de setembro de 1991, em Feira de Santana (BA). Segundo padre Júlio César Almo, “o maior legado que ele deixou foi o testemunho de caridade, o amor que tinha pelos pobres, os idosos, as crianças, os jovens, os vocacionados”.

A instalação do tribunal diocesano responsável pela pesquisa sobre a vida, virtudes e fama de santidade do servo de Deus padre José Gumercindo Santos aconteceu na cidade de Tucano (BA), à qual dedicou grande parte de sua vida e vocação. O ato foi presidido pelo bispo de Serrinha, dom Hélio Pereiro dos Santos. No domingo, 28 de novembro, foi celebrada uma missa em ação de graças na igreja de Sant’Ana, presidida pelo arcebispo de Feira de Santana, dom  Zanoni Demettino Castro.

“Para as três congregações fundadas por padre Gumercindo, este é um momento de grande alegria, de voltar às origens daquele que foi instrumento de Deus para nossas fundações. É também uma oportunidade para relembramos que a vocação à santidade é para todos”, disse o superior geral dos Joseleitos de Cristo.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Padre Júlio César afirmou que, embora padre Gumercindo tenha morrido em Feira de Santana, foi dada autorização para transferir o processo de beatificação para a diocese de Serrinha, “porque a maior parte da vida dele, ele viveu em Tucano”, que pertence à diocese de Serrinha. “O padre Gumercindo tinha ido a Feira de Santana para ir à gráfica corrigir seu livro e estava na casa das irmãs do Divino Mestre. Acabou morrendo lá”, contou.

O arcebispo de Feira de Santana, dom Zanoni Demettino, “concedeu a transferência de competência para a diocese de Serrinha”. O pedido também foi encaminhado à Congregação para as Causas dos Santos, “que também autorizou”.

Com a instalação do tribunal diocesano, “será reunida a documentação e também serão ouvidas testemunhas sobre a vida de padre Gumercindo”, disse padre Júlio César. Em seguida, todo material coletado será encaminhado à Santa Sé. “Não há um prazo para isso, é um processo longo e deve demorar mais de um ano”, afirmou o sacerdote. Ele ressaltou que, no caso do processo de padre José Gumercindo há a peculiaridade de “todas as testemunhas terem vivido com ele”. “Então, não será apenas baseado em documentos históricos, mas em relatos”, disse.

No site dos Joseleitos de Cristo, está disponível a oração pela beatificação de padre José Gumercindo Santos. Pessoas que tenham possíveis graças alcançadas pela intercessão do servo de Deus, podem enviar seu relato para o e-mail beatificacaopadregumercindo@gmail.com.

Confira também: