Dom Washington Cruz, até hoje arcebispo de Goiânia, pediu que o nome do Aeroporto Internacional Santa Genoveva, na capital de Goiás, não seja mudado.  No dia 23 de novembro, foi aprovado no Senado projeto de lei do senador Luiz do Carmo (MDB-GO) que altera o nome do aeroporto para Íris Rezende Machado. O projeto seguiu para análise e votação na Câmara dos Deputados.

A proposta de mudança seria uma homenagem ao político Íris Rezende Machado, que morreu no dia 9 de novembro deste ano. Ele foi vereador, deputado estadual e senador. Também ocupou os cargos de prefeito de Goiânia e governador de Goiás. “Essa homenagem tem como propósito agradecer a Íris Rezende pela grande contribuição que prestou à nação brasileira, pelo zelo, amor e perseverança que teve ao cuidar dos assuntos de sua terra natal, o querido estado de Goiás”, disse o senador Luiz do Carmo à Agência Senado.

Em vídeo publicado no dia 7 de dezembro pela arquidiocese de Goiânia, dom Washington Cruz pediu “ao senhor governador Ronaldo Caiado, aos senadores e deputados federais, que lutem para que o nome Aeroporto Internacional Santa Genoveva permaneça inalterado”. O arcebispo, que teve seu pedido de renúncia por limite de idade aceito hoje pelo papa Francisco, afirmou que a doação do terreno para a construção do aeroporto foi feita por Altamiro Moura Pacheco, sob a condição de que o aeroporto se chamasse Santa Genoveva. O nome é uma homenagem à mãe de Altamiro Pacheco, chamada Genoveva, “além é claro de nos trazer a memória a cidade exuberante e charmosa onde o pai da aviação Alberto Santos Dumont inaugurou o primeiro voo do planeta”. Santa Genoveva é a padroeria de Paris, onde Santos Dumont fez o primeiro voo do 14-bis, em 1903.

Dom Cruz recordou que a mãe de Íris Rezende também tinha o nome da santa, Genovena Rezende Machado. “É louvável que façamos uma prece para a mãe do doutor Altamiro de Moura Pacheco, e para outra Genoveva, cujo filho, é uma das figuras mais queridas da nossa cidade e do nosso estado, o prefeito Iris Rezende”, disse.

“Para preservar a nossa cultura, espero que ninguém tire o belíssimo e histórico nome Santa Genoveva, sem o qual o nosso aeroporto não seria construído naquele lugar”, declarou o arcebispo.

A União dos Juristas Católicos de Goiânia (UJCG) também se manifestou contra a alteração do nome do aeroporto. A entidade criticou “a votação em tempo recorde” do projeto de lei, “sem qualquer discussão sobre os impactos negativos que a mudança poderá trazer”. “Qual o benefício público terá o povo com a mudança do nome do aeroporto Santa Genoveva para aeroporto Íris Rezende? Por acaso com a mudança também virão investimentos do Governo Federal?”

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A UJCG reconheceu o “legado deixado por Íris Rezende”. Afirmou que o político era “amante da história” e “nunca ousou trocar o nome dos bens e logradouros públicos, porque sabia que por detrás de cada nome havia um pedaço da história”. Assim, recordou que a história do aeroporto de Goiânia está ligada à história de Altamiro de Moura Pacheco, que fez a doação do terreno com as exigências de “homenagear a mãe dona Genoveva e que a área fosse destinada à atividade portuária”.

“Externamos nossa preocupação com a corrente situação da alteração do nome do aeroporto de Goiânia, e rogamos as autoridades competentes que respeitem a história de Goiás e a vontade do povo goiano, mantendo o atual nome”, concluem os juristas.

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