Os católicos devem contemplar a morte em preparação para o nascimento do Menino Jesus, diz a irmã Danielle Victoria. “O menino Jesus veio morrer por nós”, disse ela à CNA, agência em inglês do grupo ACI. Mesmo na arte, como um bebê nos presépios, Cristo freqüentemente aparece com os pés "uns em cima do outro e as mãos estendidas", já na forma do crucificado.

A irmã Danielle Victoria, religiosa americana das Filhas de São Paulo, desenhou o logotipo e as capas da série de livros “memento mori” da irmã Theresa Aletheia Noble. A série renovou o interesse na antiga prática cristã de “memento mori” ou “lembre-se de que vai morrer” à luz de Cristo.

O último livro da série, sobre o Advento e as últimas coisas, publicado em outubro, reflete sobre a morte, o julgamento, o céu e o inferno, tópicos tradicionalmente associados ao Advento.

“Realmente se encaixa como uma luva com as quatro semanas e com a realidade do Natal”, disse a irmã Danielle Victoria. O Advento é um tempo de preparação e “as quatro últimas coisas dizem respeito à preparação para o céu”.

As Filhas de São Paulo, ordem com mais de 2 mil religiosas em todo o mundo, começou em 1915. Conhecidas como as “Freiras da Mídia”, elas dedicam suas vidas a comunicar o amor de Cristo com suas próprias vidas e através da mídia.

O novo livro enfatiza essa relação simbiótica entre morte e vida: Que Cristo, por meio de sua vida, morte e ressurreição, trouxe vida. Morre-se com a esperança da vida eterna e, refletindo sobre a morte, vive-se mais plenamente na Terra. “O Advento não significaria nada se Jesus não viesse para nos salvar da morte, o inimigo mais intimidante da humanidade e adversário impossível”, escreve irmã Theresa Aletheia.

As quatro últimas coisas

Embora as últimas coisas sejam tradicionalmente listadas como “morte, julgamento, céu e inferno”, o livro muda a ordem para terminar com o céu, de modo que venha logo antes do Natal. As quatro últimas coisas reconhecem o que os católicos sabem: que cada pessoa morrerá, enfrentará o julgamento e então irá para o céu ou para o inferno.

Irmã Danielle Victoria sublinha o valor de contemplar a morte agora, para viver bem a vida. “Todas as nossas decisões e como vivemos nossa vida todos os dias estão criando um vínculo em nosso coração com nossas ações e nossa vontade com o céu ou o inferno”, disse ela. “Podemos estar vivendo um inferno na Terra agora porque é para isso que estamos nos preparando. Ou podemos estar vivendo o paraíso na Terra agora, mesmo em meio às dificuldades, porque é para isso que estamos nos preparando.”

“Eu acho que esse é um grande sentido da prática de olhar para as últimas coisas e então ter isso levando a receber este grande presente de Cristo e a alegria do Natal”, disse ela. “É como se você estivesse preparando seu próprio presente, você mesmo, para Cristo, durante esse tempo.”

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Medo do inferno

Irmã Danielle Victoria diz que há maneiras incorretas de abordar o memento mori e as últimas coisas. “Acho que muitas pessoas podem se identificar com o fato de que a imagem do inferno pesa sobre elas”. Em vez disso, irmã Theresa Aletheia convida a contemplar a morte e as últimas coisas “através do olhar amoroso do Pai” ao tomar consciência de Deus “que convida a ser quem você é chamado a ser e o quanto Ele ama”.

“Pode ser verdade que sejamos mortais e não somos nada e que somos pecadores e que um dia morreremos”, disse ela da Itália, onde está se preparando para seus votos finais. “Mas também é verdade que temos um salvador que nos ama profundamente e que nos salvou.”

Cristo “quer derramar essa graça salvadora em nossos corações todos os dias”, acrescentou ela. “Uma das maneiras de fazer isso é quando nos lembramos de nossa morte e quando vamos até ele e dizemos: ‘Jesus, estou com medo da morte. Jesus, estou com medo do inferno. Jesus, eu quero ir para o céu. Jesus, por favor, ajude-me a ser a melhor pessoa, a pessoa que você quer que eu seja, uma pessoa cheia de graça que está perto de você, que caminha perto de você, que cresce em santidade.”

“É disso que trata o memento mori”, conclui.

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