REDAÇÃO CENTRAL, 30 de dez de 2021 às 11:07
A poucos dias do início de 2022, ACI Digital faz uma retrospectiva do ano que termina e apresenta uma lista com os personagens católicos que se destacaram durante o ano de 2021.
1. Presidente dos EUA, Joe Biden
Em 20 de janeiro de 2021, o presidente Joe Biden (D) foi empossado como o segundo presidente católico dos EUA. Nascido em Scranton, PA e criado em Delaware, Biden cursou a gramática católica e o ensino médio antes de se matricular na Universidade de Delaware.
Desde que se tornou presidente, eliminou muitas políticas pró-vida da era Trump. Ele se encontrou com o Papa Francisco no final de outubro, quando os dois supostamente discutiram a Eucaristia. Segundo Biden, o papa o autorizou a continuar recebendo a comunhão.
2. Arcebispo Salvatore Cordileone e a democrata Nancy Pelosi
O arcebispo de São Francisco, dom Salvatore Cordileone, é o bispo da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi (Democrata da Califórnia. Cordileone e Pelosi são católicos.
Pelosi disse no dia 18 de janeiro que o apoio dos eleitores pró-vida ao ex-presidente Donald Trump a deixavam "muito triste como católica". "Acho que Donald Trump é presidente por causa da questão do direito de escolha da mulher", disse Pelosi, sugerindo que os eleitores pró-vida levaram Trump à vitória em 2016. Ela acrescentou que esses eleitores "estavam dispostos a vender toda a democracia por essa questão."
Cordileone repreendeu Pelosi em um comunicado emitido dias depois, dizendo: "Nenhum católico em sã consciência pode favorecer o aborto" e que "Nossa terra está encharcada com o sangue de inocentes e deve parar", disse ele.
O arcebispo também promoveu a campanha "Rosa e Rosário por Nancy Pelosi", que viu mais de 16.000 pessoas se comprometerem a orar pela mudança de coração de Pelosi nas questões da vida.
3. Arcebispo Joseph Naumann
O arcebispo Joseph Naumann, de Kansas City, no Kansas, encerrou um mandato de três anos como chefe do comitê pró-vida da USCCB em 2021. Naumann criticou Biden em uma entrevista em 13 de fevereiro para o Catholic World Report.
"O presidente deveria parar de se definir como um católico devoto e reconhecer que sua visão sobre o aborto é contrária ao ensino moral católico. Seria uma abordagem mais honesta dele dizer que discorda de sua Igreja nesse assunto importante e que ele age contra os ensinamentos da Igreja", disse Naumann. "Quando ele diz que é um católico devoto, nós bispos temos a responsabilidade de corrigi-lo. Embora as pessoas tenham dado poder e autoridade a este presidente, ele não pode definir o que é ser católico e o que é o ensino moral católico".
Ele também pediu aos bispos que "corrijam" o presidente, "visto que o presidente está agindo contra a fé católica".
4. Irmã Ann Un Thawng
Irmã Ann Un Thawng implorou de joelhos às forças de segurança de Mianmar que não agissem violentamente e assim evitou um massacre de centenas de pessoas que finalmente se refugiaram em seu convento no domingo, 28 de fevereiro.
De joelhos e com lágrimas nos olhos, a religiosa das Missionárias de São Francisco Xavier implorou às forças de segurança, que haviam cercado um grupo de jovens que protestavam contra o golpe de Estado de 1º de fevereiro, e disse-lhes: "Em nome de Deus, não tirem essas jovens vidas, tirem a minha". Isso ocorreu na cidade de Myitkyina, na região norte de Mianmar.
5. Cardeal Robert Sarah
O cardeal Robert Sarah, natural da Guiné, renunciou ao cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em fevereiro de 2021. Sarah, que havia atingido a idade de 75 anos de aposentadoria em junho de 2020, era o bispo africano mais antigo na Santa Sé. Ele foi nomeado chefe do departamento de liturgia pelo papa Francisco em novembro de 2014.
Sarah havia servido antes como presidente do Pontifício Conselho Cor Unum e como secretária da Congregação para a Evangelização dos Povos.
«Hoje, o Papa aceitou a renúncia ao meu cargo de Prefeito da Congregação para o Culto Divino, após o meu septuagésimo quinto aniversário. Estou nas mãos de Deus. A única rocha é Cristo. Nos encontraremos novamente em breve em Roma e em outros lugares”, disse Sarah no Twitter após sua renúncia.
6. Sandra Sabattini
A leiga italiana Sandra Sabattini foi a primeira noiva a ser beatificada pela Igreja Católica no dia 24 de outubro.
Sandra nasceu em uma família profundamente católica em 19 de agosto de 1961, em Riccione, na Itália. Ao terminar os estudos, entrou na universidade para estudar medicina e nas horas vagas se dedicava a cuidar dos doentes.
Ela teve uma intensa vida de oração com o terço diário, meditação bíblica diária, e tinha o costume de visitar o Santíssimo Sacramento na primeira hora de cada Ano Novo.
Aos 20 anos conheceu Guido Rossi, de quem ficou noiva. Ambos compartilhavam muitos ideais, como o sonho de ir à África para servir aos "últimos dos últimos". No entanto, Sandra morreu em 2 de maio de 1984, aos 22 anos.
7. Irmã Gloria Cecilia Narvaez
A freira colombiana Gloria Cecilia Narvaez Argori, de 58 anos, foi libertada em 9 de outubro depois de passar cerca de quatro anos sequestrada por um grupo de radicais muçulmanos no Mali.
A freira das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada foi sequestrada no dia 7 de fevereiro de 2017 na aldeia de Karangasso, na fronteira entre Mali e Burkina Faso, nas mãos da Frente de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (SGIM), um ramo da Al Qaeda com base no Mali.
A freira colombiana serviu no Mali por 12 anos antes de seu sequestro. Sua comunidade administra um grande centro de saúde no país, bem como uma casa para cerca de 30 órfãos.
8. Daniel Neves
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A história desse menino natural de Guanambi (BA), de 13 anos, se tornou viral em 2021 pela força, ternura e fé que demonstrou diante de uma série de doenças que o afligiam. Ele sofria de doença renal policística, fibrose hepática e problemas no baço, doenças que o fizeram passar a maior parte de sua vida no hospital.
A criança as redes sociais e gerou uma onda de solidariedade porque pintava quadros dos santos e de Nossa Senhora para pagar seu tratamento médico. Ele morreu em 18 de maio, depois de ficar internado por quase duas semanas com covid-19.
9. Teresita Castillo
Teresita Castillo de Diego tinha apenas 10 anos quando morreu em 7 de março de 2021. Chamavam-na de "a menina missionária" porque ela oferecia todos os seus sofrimentos físicos "para que muitas crianças conhecessem Jesus e fossem para o céu felizes para sempre, sempre".
O documentário “Teresita, a menina missionária” (disponível em espanhol) narra as várias operações a que foi submetida para retirar o tumor cerebral que lhe causava grandes dores e como as oferecia para a evangelização.
Pouco antes de sua morte, o padre Ángel Camino Lamela, vigário episcopal da arquidiocese de Madri, a visitou no hospital e a fez missionária da Igreja Católica. Depois, entregou para ela o ofício de credenciamento e a cruz missionária.
10. Jonathan Goodall e Sra. Michael Nazir-Ali
A cada ano, muitos protestantes “cruzam o Tibre” e são recebidos na Igreja Católica. Neste ano, no entanto, dois ex-bispos da Igreja da Inglaterra, fizeram a travessia. Jonathan Goodall, o ex-bispo anglicano de Ebbsfleet, anunciou em 3 de setembro, festa de São Gregório o Grande, que estava deixando seu cargo e entrando em plena comunhão com a Igreja Católica. A data foi um belo toque, pois São Gregório, o Grande, lançou uma missão para converter a então pagã Inglaterra ao Cristianismo.
Goodall foi formalmente recebido na Igreja em 8 de setembro. Ele disse que sua decisão veio "somente depois de um longo período de oração, que foi um dos períodos mais difíceis de minha vida".
Algumas semanas depois, o agora padre Michael Nazir-Ali anunciou que também entraria em plena comunhão com a Igreja Católica. Nazir-Ali, ex-bispo anglicano de Rochester, entrou em plena comunhão com Roma dentro do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham em 29 de setembro. Ele foi ordenado diácono em 28 e, em seguida, um padre.
Nazir-Ali se descreveu como sendo parte da ala “evangélica” do anglicanismo. A certa altura, ele foi considerado para o cargo de arcebispo de Canterbury, líder espiritual dos 85 milhões de anglicanos do mundo.
11. Irmã "Aguchita"
A freira peruana Maria Agustina Rivas López ou "Aguchita", como era carinhosamente chamada, deu muito o que falar em 2021 depois que em 22 de maio o papa Francisco aprovou o decreto que reconhece seu martírio - e permite sua futura beatificação -, pelas mãos do grupo terrorista Sendero Luminoso em 1990.
Irmã Aguchita, religiosa da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, nasceu em 13 de junho de 1920 em Coracora, região de Ayacucho, no Peru.
Em 27 de setembro de 1990, quando tinha 70 anos, Aguchita foi morta pelo Partido Comunista do Peru-Sendero Luminoso, uma das organizações terroristas do século XXI mais sanguinárias. Ela foi assassinada por divulgar uma mensagem de paz e justiça e por socorrer os pobres.
12. Padre Livinus Esomchi
O padre Livinus Esomchi foi ordenado sacerdote no dia 2 de abril, Quinta-feira Santa, por desejo do papa Francisco, que lhe concedeu autorização para receber o sacramento da Ordem Sacerdotal antecipadamente no hospital romano onde recebia tratamento para a leucemia.
O padre Livinus ingressou na comunidade religiosa Mater Dei na cidade de Owerri, na Nigéria, dez anos antes. Depois da primeira profissão, foi diagnosticado com leucemia, mas isso não o impediu e em 2019 viajou para Roma onde continuou lutando contra a doença.
Apesar dos esforços, o padre nigeriano morreu aos 31 anos na sexta-feira, 23 de abril, apenas 21 dias após sua ordenação.
13. Beato José Gregorio Hernández
A beatificação de José Gregorio Hernández Cisneros, conhecido como o “médico dos pobres” em 30 de abril de 2021 foi uma grande alegria para a Igreja Católica, especialmente na Venezuela.
O médico venezuelano nasceu em 26 de outubro de 1864. Estudou medicina em Caracas e teve tanto sucesso que o presidente o enviou para estudar microscopia, histologia normal, patologia e fisiologia experimental em Paris.
Gregorio Hernández foi um médico católico exemplar e se dedicava duas horas por dia ao serviço dos pobres doentes de seu país.
Um dia, ao atravessar a rua para comprar remédios para uma senhora muito pobre, ele foi atropelado e levado a um hospital onde um padre lhe deu a unção dos enfermos antes de morrer em 29 de junho de 1919.
14. Papa Francisco
O papa Francisco fez uma histórica viagem apostólica ao Iraque, um país onde a minoria cristã sofreu perseguição e violência por anos. Durante a viagem, entre 5 e 8 de março, o papa visitou igrejas que foram destruídas pelo Estado Islâmico; participou de uma reunião inter-religiosa na planície de Ur, a terra de Abraão; foi o primeiro papa a celebrar uma missa no rito caldeu; e rezou e levou consolo, esperança e alegria às comunidades cristãs afetadas pelo terrorismo.
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— ACI Digital (@acidigital) December 30, 2021