JERUSALÉM, 7 de jan de 2022 às 10:55
A Autoridade de Antiguidades de Israel anunciou no dia 24 de dezembro a descoberta de um anel paleocristão que tem uma pedra preciosa com a imagem do Bom Pastor gravada.
O canal oficial de YouTube da autoridade mostra um vídeo do anel que, segundo os pesquisadores, data de entre os séculos I e III d.C.
O anel paleocristão foi encontrado no fundo do Mar Mediterrâneo, perto de Cesareia, um antigo e importante porto da Terra Santa que pertence a Israel. O porto foi lugar de muitos naufrágios na antiguidade.
A descoberta ocorreu durante um estudo submarino rotineiro de localização, monitoramento e resgate de antiguidades subaquáticas conduzido pela Unidade de Arqueologia Marinha da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Segundo a autoridade israelense, nas costas de Israel há muitas descobertas de “ativos de patrimônio cultural e internacional” muito importantes e “extremamente vulneráveis”.
O anel e outros objetos datados do período romano e mameluco (cerca de 1700 e 600 anos atrás), foram encontrados "espalhados no fundo do mar", a "uma profundidade de cerca de quatro metros", entre os carregamentos e os destroços dos cascos de dois navios que podem ter sido afundados por uma tempestade, enquanto estavam ancorados lá.
O anel é octogonal, feito de ouro espesso e com uma pedra verde gravada com a figura do "Bom Pastor", um dos primeiros símbolos da comunidade cristã primitiva do Oriente, que representa Jesus sob a figura de um jovem pastor que carrega um carneiro ou uma ovelha nos ombros.
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“A imagem do ‘Bom Pastor’ é uma das primeiras e mais antigas imagens utilizadas no cristianismo para simbolizar Jesus. Representa Jesus como um pastor compassivo da humanidade, estendendo sua benevolência ao seu rebanho de crentes e a toda a humanidade”, disse a autoridade israelense na descrição do vídeo.
“Este anel de ouro singular com a figura do 'Bom Pastor' provavelmente nos dá um sinal de seu dono, um dos primeiros cristãos”, acrescentou. Entre os séculos I e IV d.C., 88 afrescos desse tipo foram pintados nas catacumbas romanas.
A autoridade israelense lembrou que o Livro dos Atos dos Apóstolos narra que foi em Cesareia, centro da primeira comunidade cristã, “onde o apóstolo Pedro batizou o centurião romano Cornélio”.
O diretor da Unidade de Arqueologia Marinha da Autoridade de Antiguidades de Israel, Jacob Sharvit, explicou que este "foi o primeiro caso em que um não-judeu foi aceito na comunidade cristã" e que "a partir daquele momento, a religião cristã começou a se espalhar em todo o mundo”.
Na descrição do vídeo, a autoridade israelense disse que também encontraram outros objetos pessoais raros das vítimas do naufrágio, como uma pedra preciosa vermelha com uma lira gravada, centenas de moedas de prata e bronze, sinos de bronze, uma estatueta de bronze em forma de águia que "simboliza o domínio romano". Eles também encontraram centenas de moedas “dirham” de prata do período dos mamelucos.
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