HAVANA, 11 de nov de 2005 às 14:06
O líder opositor cubano e fundador do Movimento Cristão Libertação (MCL), Oswaldo Payá, propôs ao Governo debater publicamente o documento "Base Comum, Caminho e Esperança para Cuba" que reclama abertura política no país e o respeito dos direitos humanos.Em diálogo com a agência EFE, Payá explicou que o texto, elaborado por dezenas de organizações opositoras, reclama, entre outras coisas, a libertação "imediata e incondicional" dos presos políticos, o respeito à livre associação, expressão e manifestação pacífica; requisitos indispensáveis para um diálogo nacional que leve a país a eleições livres e finalmente à mudança.
Payá esclareceu que o texto procura a reconciliação nacional e o perdão, e não "revanches e vinganças". A iniciativa, indicou, "não tem caráter partidarista nem ideológico, mas expressa a vocação de serviço da oposição pacífica ao povo cubano".
O líder dissidente explicou que os cubanos têm direito "a organizar mudanças, escolher seu sistema político por si mesmo, em meio de um imobilismo que está fechando as portas do futuro".
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Assinalou que no aspecto econômico se propõe um modelo de liberdade "com fundamento humanista e social", derrubando assim "essa falsa imagem que está dando o regime de que a oposição quer uma mudança para modelos neoliberais ou intervensionistas".
Do mesmo modo, revelou que a divulgação do documento "Base Comum, Caminho e Esperança para Cuba", teve que adiantar-se depois que a Segurança do Estado detivera um de seus colaboradores em Pinar del Rio.
O texto, denunciou, foi trabalhado "sob um clima de repressão total, com uma verdadeira caçada aos membros de nossos movimentos em toda Cuba".