BARCELONA, 12 de jan de 2022 às 15:02
Dom Joan Planellas i Barnosell, arcebispo de Tarragona, na Espanha, disse recentemente que “não me incomodaria” ver mulheres no sacerdócio católico.
Entrevistado em 9 de janeiro de 2022 pelo programa Signes dels temps (Sinais dos tempos), da emissora catalã TV3, o bispo espanhol disse que o sacerdócio exclusivo para homens se deve "à tradição que vem das origens", e disse que o tema do sacerdócio feminino só surgiu no século XXI.
Joan Planellas, arquebisbe de Tarragona: "Personalment no em molestaria en un futur veure una dona fent de capellà, però potser molestaria a moltes altres persones o col·lectius determinats". El pes de la tradició és molt gran" Tota la informació a 9'03": https://t.co/qn4Y2nWSY4 pic.twitter.com/zZyY2atjhT
— Signes dels temps TV3 (@signesdelstemps) January 9, 2022
“Estivemos mais de 19 séculos vindo da sucessão apostólica, que os apóstolos, os que Jesus escolheu, eram homens. Assim foi ao longo de toda a história da Igreja”, continuou.
Além disso, afirmou, que “há essas conotações sacramentais, de configuração em Jesus Cristo, que é o chefe da comunidade”.
“Este Jesus Cristo era um homem. Há uma tradição de 19 ou 20 séculos e por isso esta é a realidade que temos”, destacou.
Consultado se ele se importaria que houvesse mulheres no sacerdócio, dom Planellas i Barnosell disse que “eu, pessoalmente, não me importaria, mas o que pode acontecer, deixaria muitas outras pessoas ou grupos chateados porque o peso da tradição é muito grande”.
As palavras do arcebispo de Tarragona vão contra o ensinamento da Igreja Católica e são contrárias às repetidas mensagens do papa Francisco a esse respeito.
Consultado repetidamente sobre este tema, o papa Francisco disse que a porta está fechada para o sacerdócio feminino na Igreja Católica.
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Em entrevista à Reuters em 2018, o papa Francisco disse que o sacerdócio feminino "dogmaticamente não cabe, e João Paulo II foi claro e fechou a porta, e eu não volto em relação a isso. Era algo sério, não um capricho".
Dois anos antes, na coletiva de imprensa no voo papal ao retornar de sua viagem apostólica à Suécia, o papa disse que “sobre a ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra é clara, foi dada por São João Paulo II e permanece”.
Em 1994, são João Paulo II escreveu a carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis, na qual afirma que “a ordenação sacerdotal, pela qual se transmite a missão, que Cristo confiou aos seus Apóstolos, de ensinar, santificar e governar os fiéis, foi na Igreja Católica, desde o início e sempre, exclusivamente reservada aos homens”.
O cardeal Luis Ladaria, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, disse em uma declaração de 2018 que “Cristo quis dar este sacramento aos doze apóstolos, todos homens que, por sua vez, comunicaram isso a outros homens”.
“A Igreja sempre se reconheceu vinculada a esta decisão do Senhor, que exclui que o sacerdócio ministerial possa ser conferido validamente às mulheres”.
“A Congregação para a Doutrina da Fé, em resposta a uma dúvida sobre o ensinamento da Ordinatio sacerdotalis, confirma que se trata de uma verdade pertencente ao depósito da fé”, disse.
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— ACI Digital (@acidigital) January 12, 2022