Para entrar em igrejas em Sobral (CE), as pessoas têm que apresentar comprovante de vacinação contra covid-19. Em nota publicada na quarta-feira, 19 de janeiro, o bispo de Sobral, dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, disse que “as autoridades constituídas estabeleceram que também nos templos se deve exigir dos fiéis a apresentação do assim chamado ‘passaporte sanitário’”.

“O cuidado para com a salvação das almas não pode ignorar o compromisso de proteger a saúde dos corpos”, disse o bispo.

A medida foi tomada com base no decreto 2.850, de 15 de janeiro, da prefeitura de Sobral. O texto estabelece que “o ingresso de pessoas em eventos de qualquer natureza e porte, restaurantes, bares, academias, bancos, rodoviária e templos religiosos, bem como a realização por hóspedes de ‘check in’ em hotéis e pousadas condiciona-se à apresentação de passaporte sanitário”. Ainda segundo o decreto municipal, “os estabelecimentos obrigados a cobrar o passaporte sanitário deverão estender a exigência a seus trabalhadores e colaboradores” e, “na checagem do passaporte sanitário, deverão confirmar a identidade do seu portador, exigindo-lhe, para tanto, a apresentação de documento de identificação com foto”. Determina também que o descumprimento das regras do decreto “sujeitará o responsável às sanções civil, administrativa e criminal cabíveis”, que podem ser advertência, interdição, multa.

Em nota, o bispo de Sobral advertiu que “o não cumprimento dessa exigência está sujeito a aplicação de multas de alto valor”.

Dom Vasconcelos disse que, “desde o início da pandemia de covid-19”, a Igreja se uniu “ao esforço coletivo para evitar a propagação deste vírus, colaborando com as autoridades públicas governamentais e adaptando as ações pastorais às normas de isolamento social como forma de salvaguardar a integridade da saúde e da vida das pessoas”. Segundo ele, “a adoção dessas medidas restritivas tem sido para nós, pastores do povo de Deus, motivo de muita dor e sofrimento”.

“Comuniquem ao povo essa exigência; se possível, prendam no local de avisos este enunciado; peçam as equipes de acolhida e outras pessoas voluntárias que motivem os fiéis para apresentarem o dito passaporte”, orientou o bispo.

Por fim, o bispo disse contar “com a compreensão de todos, não obstante o transtorno que estamos passando”.

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Em suas redes sociais, a diocese de Sobral ressaltou que esta determinação é válida apenas para a cidade de Sobral e que as demais cidades que compõem a diocese “não estão obrigadas a seguir estas orientações, a menos que haja decretos municipais que apresentem tão inconveniente exigência”.

Em dezembro de 2020, a Congregação para a Doutrina da Fé, da Santa Sé, afirmou que, “para a razão prática parece evidente que, em geral, a vacinação não é uma obrigação moral e, por conseguinte, deve ser voluntária”. Em “nota sobre a moralidade do uso de algumas vacinas anticovid-19”, a congregação abordou o fato de as vacinas contra covid-19 serem desenvolvidas “recorrendo a linhas celulares derivantes de tecidos obtidos de dois abortos ocorridos no século passado”. Todas as vacinas contra covid-19 autorizadas no mercado foram produzidas ou testadas usando células oriundas de bebês abortados nos anos 1970.

Na nota, a Congregação para a Doutrina da Fé afirma ser “moralmente aceitável” o uso dessas vacinas, se não houver alternativas, porque “o tipo de cooperação para o mal (cooperação material passiva) do aborto provocado do qual derivam as mesmas linhas celulares, por parte de quem utiliza as resultantes vacinas, é remota”. Os abortos não teriam sido feitos especificamente para fabricar as vacinas e o ato pecaminoso de abortar aconteceu há muito tempo.

Além disso, declara que “quantos por motivos de consciência rejeitam as vacinas produzidas com linhas celulares derivadas de fetos abortados, devem esforçar-se para evitar, com outros meios profiláticos e comportamentos idôneos, de se tornar veículos de transmissão do agente contagioso”.

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