Um site na internet supervisionado pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos da Santa Sé está vinculado a um grupo que faz campanha pela ordenação de mulheres.

Em post de 15 de janeiro, o site Synodresources.org compartilhou informações sobre a organização Conferência de Ordenação de Mulheres, com sede em Washington, D.C., EUA.

Thierry Bonaventura, gerente de comunicação da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, disse ontem à CNA, agência em inglês do grupo ACI, que o site não estava promovendo o grupo.

“Prefiro falar de ‘compartilhar’ ”, disse.

Bonaventura alega que a seção “Sobre” do Synodresources.org enfatiza que o site é “uma ferramenta de escuta e uma plataforma de compartilhamento que não substitui o site oficial do Sínodo 2021-2023 (synod.va)”.

“Em vez de comunicação vertical, de cima para baixo, pretende ser comunicação horizontal”, diz.

A Conferência de Ordenação de Mulheres, fundada em 1975, descreve-se como “a maior e mais antiga organização que trabalha para ordenar mulheres como diáconos, padres e bispos”.

Em sua carta apostólica Ordinatio sacerdotalis de 1994, o Papa João Paulo II escreveu que “a Igreja não tem autoridade para conferir a ordenação sacerdotal de mulheres e que esse julgamento deve ser tido como definitivo por todos os fiéis da Igreja”.

Durante uma entrevista coletiva em 2016, perguntou-se ao papa Francisco sobre a probabilidade de haver mulheres sacerdotes na Igreja Católica nas próximas décadas. “Quanto à ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra clara foi dada por São João Paulo II, e isso vale”, respondeu ele.

O Papa pediu a duas comissões que estudem a possibilidade do diaconato feminino na Igreja Católica.

A primeira, de 2016, examinou a questão histórica do papel das diaconisas na Igreja primitiva, mas não chegou a um consenso.

Uma segunda comissão, foi instaurada em 2020, após discussão sobre o diaconato feminino durante o Sínodo da Amazônia de 2019.

O Papa Francisco mudou a lei da Igreja em janeiro de 2021 para que as mulheres possam ser formalmente instituídas nos ministérios leigos de leitora e acólito.

Synodresources.org já esteve no centro de uma controvérsia por ter posto o link de um New Ways Ministry, um movimento pró-LGBT na Igreja.

Funcionários da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos removeram o link para o New Ways depois que souberam da desaprovação da conferência dos bispos dos EUA à organização, publicada em 2010.

Depois de algum protesto, porém, o link foi restaurado e foi feito um pedido de desculpas.

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Synodresources.org também se vincula à Comunidade Católica Latino-Americana Arco-íris, parte da Rede Global de Católicos Arco-Íris, que diz reunir “grupos e seus membros que trabalham pela pastoral e justiça para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e pessoas intersexuais (LGBTI) e suas famílias”.

A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, uma instituição permanente com sede no Vaticano a serviço do Sínodo, está atualmente supervisionando o que foi chamado de um dos maiores exercícios de consulta da história da humanidade, antes do Sínodo sobre a sinodalidade de 2023.

Um vademecum ou manual divulgado pela Santa Sé em setembro de 2021 instou as dioceses a incluir “todos os batizados” no processo, incluindo aqueles à margem da vida da Igreja.

Dizia: “Deve-se ter um cuidado especial para envolver as pessoas que correm o risco de serem excluídas: mulheres, deficientes, refugiados, migrantes, idosos, pessoas que vivem na pobreza, católicos que raramente ou nunca praticam sua fé, etc.”.

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Uma janela pop-up na página inicial do Synodresources.org explica que qualquer pessoa pode enviar material para o site, mas nem todas as contribuições serão aceitas.

Diz: “O atual processo sinodal é dirigido a todo o Povo de Deus, a todos os batizados. No capítulo 2.1 do Vademecum, instamos as dioceses a envolver as pessoas em risco de exclusão (mulheres, migrantes, idosos ou católicos que raramente ou nunca praticam sua fé)”.

“Ao mesmo tempo, para participar plenamente no ato de discernimento, é importante que os batizados ouçam as vozes de outras pessoas em seu contexto local, incluindo aqueles que abandonaram a prática da fé, pessoas de outras tradições de fé, pessoas que não têm nenhuma crença religiosa”.

“Portanto, qualquer pessoa tem o direito de enviar material. Ao mesmo tempo, por acreditarmos firmemente que a experiência de fé é e deve ser comunitária, só aceitaremos contribuições que expressem a opinião de um grupo claramente identificado. Lamentamos que os envios individuais não sejam considerados”.

A Santa Sé anunciou em maio de 2021 que o Sínodo sobre a Sinodalidade seria aberto com uma fase diocesana a partir de outubro daquele ano.

Uma segunda fase continental ocorrerá de setembro de 2022 a março de 2023.

A terceira fase, universal, começará com a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, no Vaticano em outubro de 2023.

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