Dois brasileiros foram instituídos no ministério de catequista pelo papa Francisco ontem em missa celebrada na basílica de São Pedro. O papa instituiu leigos nos ministérios de leitor e de catequista pela primeira vez.

Regina de Sousa Silva e Wanderson Saavedra Correia, ambos da diocese de Luziânia (GO) disseram que a cerimônia foi um momento de “muita alegria e emoção”, em que recordaram “todos os catequistas do Brasil”.

“É uma alegria imensa. Foi uma sensação realmente inexplicável, um momento único na vida. Esse carinho que o papa Francisco tem com a catequese, de nos agraciar com esse ministério, foi algo que não tem como explicar. É só gratidão”, disse Wanderson Saavedra à ACI Digital. Ele é catequista há 11 anos e atua na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Luziânia. É também membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, do Regional Centro-Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Se pudéssemos, gostaríamos de trazer todos os catequistas do Brasil, mas como não podemos, trouxemos no coração e, no momento que recebemos o ministério, pensamos em todos e pedimos ânimo nessa caminhada”, disse Regina de Sousa, também catequista há 11 anos, que atua na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Valparaíso de Goiás (GO).

Regina de Sousa e Wanderson Saavedra durante a celebração na Basílica de São Pedro. foto: Captura de vídeo

O ministério de catequista foi instituído pelo papa Francisco com a carta apostólica em forma de motu proprio Antiquum ministerium, em 11 de maio de 2021.

A celebração no Vaticano aconteceu no dia em que a Igreja celebrou o Domingo da Palavra de Deus. Para Wanderson, esta data foi muito representativa, pois “o catequista tem que fazer ecoar, levar o Evangelho a todos”. “Então, acho que não teria dia mais oportuno do que este, para mostrar a importância da Palavra. Ser instituído neste dia é uma graça e mostra realmente nossa missão como catequista”, disse.

Além dos dois brasileiros, receberam o ministério de catequista dois leigos do Peru, uma de Gana, um da Polônia e um da Espanha. Receberam também o ministério de leitor outras pessoas procedentes da Coreia do Sul, Paquistão, Gana e de várias partes da Itália.

Antes da homilia do papa Francisco, um diácono leu o nome dos candidatos e cada um respondeu “Eccomi” (eis-me aqui). Após a homilia, o papa presidiu o rito de instituição dos ministérios. Os novos ministros leitores receberam uma Bíblia e os novos ministros catequistas receberam um crucifixo prateado que reproduz a cruz pastoral utilizada pelos papas são Paulo VI e são João Paulo II.

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Ao se dirigir aos candidatos ao ministério de catequista, o papa Francisco os encorajou “a viver mais intensamente o espírito apostólico, seguindo o exemplo dos homens e mulheres que ajudaram são Paulo e os outros apóstolos na difusão do Evangelho”. Disse ainda que “seu ministério está sempre enraizado numa profunda vida de oração, edificado na sã doutrina e animado por um verdadeiro entusiasmo apostólico”.

Em seguida, os candidatos se ajoelharam diante do papa enquanto ele os abençoou para que "vivam plenamente o seu Batismo colaborando com os pastores nas várias formas de apostolado para a construção do seu Reino”. Depois, Francisco entregou a cada um o crucifixo, com as palavras: “Recebe este sinal de nossa fé, cátedra da verdade e da caridade de Cristo: anuncie-o com a vida, as ações e a palavra”.

Regina de Sousa disse no momento em que recebeu a cruz das mãos do papa Francisco, pensou “em todos os catequistas, em todas as nossas lutas, porque não é um ministério fácil’. “Eu senti um amor tão grande por aquela cruz que a apertei no meu peito e comecei a chorar. Pedi para que Deus nos dê força, que o Espírito Santo continue agindo em nós para que possamos levar o nome de Jesus a todas as pessoas”.

Wanderson Saavedra disse que, embora tenha sentido o peso, “porque é uma cruz um pouco pesada”, o sentimento “foi de uma leveza tão grande de toda a caminhada e tudo o que já passei”.

Além disso, contou que no encontro com o papa Francisco, disse a ele: “papa, os catequistas do Brasil te mandam um abraço”. “E a Regina falou: ‘todos os catequistas do Brasil te amam muito’. E ele abriu aquele sorriso”.

 “Saber que recebemos das mãos do papa o ministério, isso vai sempre fortalecer nossa caminhada”, disse Wanderson.

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