O Instituto Parresia, da Comunidade Católica Shalom, lança amanhã, 8 de fevereiro, o curso ‘A verdade sobre o amor e o matrimônio’. O objetivo é redescobrir a riqueza da vocação ao matrimônio, refletindo sobre problemas da atualidade, a fim de melhor vivê-las e ajudar as famílias que passam por situações difíceis. Entre esses problemas está a terceirização da educação dos filhos, assunto que será abordado pela psicóloga Kaline Fonseca em uma live de lançamento do curso.

“A educação dos filhos é essencial na vida da família”, disse Fonseca, ressaltando que ultimamente o que se tem visto é a terceirização da “formação da identidade da criança”.

As aulas do curso ‘A verdade sobre o amor e o matrimônio’ estarão disponíveis a partir do dia 15 de fevereiro no site do Instituto Parresia. Este curso é voltado para casais, agentes de pastoral, diretores espirituais, formadores, coordenadores de grupos de casais, noivos. Entre os assuntos que serão abordados estão: o que é o verdadeiro amor; como Deus age, sendo a fonte do amor conjugal; o que a Igreja diz a respeito da família e do matrimônio à luz do Catecismo e das catequeses mais importantes do papa Francisco acerca do tema; educação dos filhos; quais são os principais desafios que as famílias atuais enfrentam como: pornografia, violência doméstica, ausência dos pais; e outros desafios que serão abordados com a finalidade de fornecer chaves de leitura para o enfrentamento desses flagelos.

O lançamento do curso acontecerá com uma maratona de lives nos dias 8, 9 e 10 de fevereiro. No primeiro dia, haverá uma palestra sobre ‘pornografia na vida conjugal’. No segundo dia, o tema será ‘terceirizando a educação dos filhos’. E no último dia, haverá uma mesa redonda sobre violência familiar.

A psicóloga Kaline Fonseca é consagrada da comunidade de vida na Shalom. Ela será uma das palestrantes a falar sobre a terceirização da educação dos filhos na live do dia 9. Fonseca disse à ACI Digital, que a educação deve ser entendida como “algo acima de um serviço, de um cuidado”. “A educação se compara a uma herança, é a herança que os pais podem deixar para seus filhos. Uma herança não é como um serviço terceirizado, pois é aquilo a que eu me dedico, que gasto tempo, que me esforço minha vida inteira”, afirmou.

Para a psicóloga, “a educação dos filhos é aquela que transmite valores, ideais de futuro”. “Quando penso em educação é de forma global. A criança, o jovem, é uma pessoa com inteligência, com emoções, com relações sociais, espirituais” e tudo isso deve ser levado em conta na educação.

Segundo ela, “a terceirização foi acontecendo na medida de outras transformações na sociedade”, como a maior presença das mulheres no mercado de trabalho, as novas tecnologias e a velocidade com que foram se desenvolvendo. “Com o tempo cheio de muitas novidades, necessidades, os pais foram precisando cada vez mais de apoio” e de alguns serviços, disse. Entretanto, a psicóloga destacou que o que se pode delegar a outro é “um cuidado, um serviço aos filhos, e não a educação”.

“Não é ruim delegar alguns cuidados, faz parte. Precisamos de uma rede de apoio, dos avós, tios, amigos, escola...”, disse. Mas, segundo ela, alguns pais, “na medida em que foram delegando esses cuidados, foram também se distanciando”. “Com a correria, com a sociedade mais dinâmica, os pais foram perdendo um pouco essa dimensão do seu papel de educadores e foram se tornando pais e mães muito inseguros”.

Segundo a psicóloga, essa terceirização ocorre “pela ausência da presença dos pais, pelo medo de conhecer seu filho de verdade e de se comprometer com ele, pela insegurança do papel de mãe e pai”. “Escutamos crianças dizendo ‘queria brincar com minha babá’, ‘minha babá falou isso’, ‘meu professor falou aquilo’... e às vezes as frases não fazem referência aos próprios pais”.

Esse fato traz algumas consequências como a diluição dos valores. “Não tenho precisão de quais são os valores da minha família e acabo não transmitindo para os meus filhos. E aí, a escola transmite, a sociedade transmite, os vídeos, as telas transmitem e a criança vai ficando esfacelada, pois fica sem referência”, disse. Com isso, o que acontece é a “terceirização da formação de uma identidade” e “pode ser que qualquer um acabe virando essa referência” para a criança. No futuro, essa criança pode “encontrar qualquer grupo na adolescência e se diluir nesse grupo”.

“A personalidade de uma criança precisa ser formada ao ponto dela ser capaz de remar contra a maré quando for preciso, que seja mais influenciadora do que influenciável. Mas, isso exige uma autoestima bem formada. E os pais devem ensinar esses valores aos seus filhos, o que exige presença, tempo e sacrifício”, disse Fonseca.

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Mas, para a psicóloga, a terceirização da educação dos filhos não é um caminho sem volta. “Se os pais delegaram tudo e estão com os filhos desobedientes, adolescentes trancados nos quartos, que não compartilham nada com os pais, é sempre possível fazer o retorno”, disse.

O primeiro passo, segundo ela, “é entender que é possível retornar”. Depois, “é importante a proximidade com os filhos e com a rede de apoio que os pais elegeram para ajudar a família”.

Fonseca aconselhou que seja feita uma avaliação, pois os pais “devem identificar onde está precisando mais da sua presença para que a criança perceba que os pais estão envolvidos com aquela rede de apoio a quem ela foi delegada”. “É preciso se questionar: onde preciso me alinhar mais, preciso estar mais presente na escola, conversar com os professores, estar mais com os avós?”.

Além disso, afirmou que é preciso ter “momentos com os filhos”, seja um horário para conversar, jogar, interagir. “Mas, planejar mesmo, para que os filhos saibam que terão aquele momento e porque, se deixamos para um dia qualquer, acaba não sendo dia nenhum”, disse. Também “é ideal que se tenha um momento para cada filho, que pode ser mais simples, antes de dormir, na hora do almoço, do jantar, alguns minutos para cada um, para conversar, saber como foi o dia da criança, as alegrias, as tristezas”.

Por fim, outro ponto que Kaline Fonseca disse ser importante é a espiritualidade. “Todo ser humano é uma pessoa integral, se relaciona com os outros, tem a vida intelectual, mas também é preciso esse gancho da vida espiritual, dar atenção com um momento de oração em família, pois cuidar da vida espiritual do filho gera muita saúde”.

Para mais informações sobre o curso ‘A verdade sobre o amor e o matrimônio’, acesse AQUI.

Para se inscrever na maratona de lives de 8 a 10 de fevereiro, acesse AQUI.

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