Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) registrou ontem na Câmara do Deputados proposta de criar uma comissão que investigue os abusos cometidos por membros da Igreja liderada pelo defensor público, o ex-ministro socialista Ángel Gabilondo.

O PSOE, partido do governo, considera que esta fórmula liderada pelo defensor público impede que a comissão se torne “um circo”. Gabilondo ficaria encarregado da comissão junto com “especialistas, representantes das administrações públicas, associações de defesa dos afetados, assim como da própria Igreja Católica”.

Em resposta à notícia divulgada ontem a Defensoria disse que "vai agir em conformidade no seu devido momento".

Em declarações à agência de notícias Europa Press, a Defensoria também afirmou que “cabe ao Congresso dos Deputados resolver sobre a proposição não-legislativa que foi apresentada. É o momento do debate parlamentar. A instituição da Defensoria Pública vai analisar a resolução que será adotada a respeito e como Alto Comissariado das Cortes Gerais agirá em conformidade no seu devido momento”.  

O porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), dom Luis Argüello, bispo-auxiliar de Valladolid, lembrou em um tuíte que “quando o relato é mais importante que os fatos, a opinião pública mais que a verdade, a emoção mais que a razão e a estratégia do confronto mais que o bem comum, a confiança se rompe e o diálogo e a convivência são difíceis. Agora, mais do que nunca, testemunhas”.

Em entrevista concedida ao jornal El Confidencial, o arcebispo de Madrid, Carlos cardeal Osoro, disse que "os abusos são intoleráveis ​​e que um único caso de abuso na Igreja já é demais", e que "talvez a comissão devesse ser para ver todos os casos que existem, não só na Igreja, mas em todos os grupos sociais. Poderia ser uma boa ocasião para fazer um trabalho nesta direção”.

Osoro disse também que não tem objeções a uma comissão independente que investigue os casos na diocese, “mas que seja feito a partir da verdade e em todas as áreas. Eu só posso responder pelo que aconteceu na Igreja e o farei com todas as consequências”.

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Segundo o cardeal, na Espanha “cada diocese fez o que considerou apropriado. Em Madri, lançamos há muito tempo o Projeto Repara, que tem um centro de atendimento às vítimas e também trabalha na formação e prevenção”.

“Embora nunca façamos o suficiente para aliviar a dor das vítimas, acredito que estamos tomando as medidas necessárias. Trabalhamos para buscar a verdade, servimos as pessoas e, no caso dos padres diocesanos, tomamos as decisões apropriadas”.

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