MADRI, 10 de fev de 2022 às 15:37
A Universidade San Pablo CEU e o Instituto CEU de Humanidades Ángel Ayala, da Espanha, realizaram o V Congresso Nacional de Bioética de 7 a 9 de fevereiro, sobre o tema "Bioética a serviço da vida e da saúde".
Segundo Álvaro Gándara del Castillo, médico coordenador da Unidade de Cuidados Paliativos da Fundação Jiménez Díaz de Madri, a eutanásia "ganhou cada vez mais espaço graças à campanha de engano aos cidadãos, através da manipulação dos meios sociais e aproveitando casos paradigmáticos”.
Gándara criticou que a eutanásia se oponha aos cuidados paliativos, pois “praticar a morte em um paciente não faz parte dos cuidados médicos. Ao contrário da eutanásia, os cuidados paliativos respeitam a ética médica, a deontologia e os princípios hipocráticos: o paciente é ajudado através da empatia, da compaixão e da escuta”.
Manuel Martínez-Sellés, presidente do Ilustre Colégio Oficial de Médicos de Madri (ICOMEM) falou o Congresso sobre o bebê ainda no ventre da mãe.
Martínez-Sellés pediu a implementação de políticas públicas de apoio à natalidade e educar as novas gerações em uma cultura de vida porque "um embrião humano, independentemente de como foi obtido, merece todo o respeito".
“O feto não pode ser considerado um apêndice da mãe, mas deve ser, e é, um paciente real, por direito próprio e merecedor de todo o respeito possível”, destacou Martínez-Sellés.
Além disso, o presidente do ICOMEM destacou que "o feto, como paciente, tem direito a todas as possibilidades para obter benefício ou para que a sua vida, se estiver em perigo, seja salva". “Se o feto for assumido como uma pessoa doente, a gestão da gravidez deve implicar um benefício prioritário para ele”.
O congresso também teve a participação de especialistas como o vice-presidente da Associação Espanhola de Bioética e Ética Médica, Emilio García Sánchez, que afirmou que "os seres humanos são dignos, mas não é irrelevante a forma como se originam as suas vidas e o modo como se satisfaz o desejo de ter filhos. Não se deveria esquecer que o respeito da vida humana deve começar pelo respeito à origem da existência da vida, porque se não acabaria desvalorizando a dignidade de outras vidas humanas”.
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García Sánchez destacou também que "é o amor incondicional dos pais que torna digna a causa, a origem da existência da vida".
A diretora do mestrado em bioética da Universidade Rey Juan Carlos, Marta Albert Márquez, também participou, lembrando que “o Tribunal Constitucional tem muita jurisprudência sobre objeção de consciência, mas não seguiu uma linha de continuidade”.
Por isso afirmou que "não sabemos se quando ele se posicionar sobre o caso da eutanásia e do aborto ficará claro".
Sobre a Lei da objeção de consciência dos profissionais de saúde, Albert Márquez destacou as brechas da lei, como a objeção superveniente que qualificou de "faca de dois gumes, pois pode implicar que os pacientes sejam acompanhados, desde o início, apenas por profissionais com posição favorável à eutanásia”.
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— ACI Digital (@acidigital) February 10, 2022