BOGOTÁ, 11 de fev de 2022 às 15:04
A Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) publicou o documento "Vida humana, entre alegrias e adversidades: um dom para agradecer", contra eutanásia.
Em 7 de janeiro, Víctor Escobar, de 60 anos, que sofria de doença pulmonar obstrutiva, morreu por eutanásia. No dia seguinte, morreu Martha Sepúlveda, de 51 anos, que sofria de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), e que desde outubro tentava se submeter a eutanásia.
Os dois casos se basearam em uma decisão da Corte Constitucional de julho de 2021, que permite que pacientes não-terminais tenham acesso à eutanásia.
O documento da CEC, "tem como objetivo motivar a compreensão da vida como presente do Criador e acompanhar as famílias no discernimento da dor como parte da existência, ocasião para praticar o cuidado amoroso e uma oportunidade para pregar o valor salvífico do sofrimento".
O texto, escrito pelas comissões episcopais de doutrina e de promoção e defesa da vida, faz parte de uma série intitulada "Para que tenhamos vida em abundância", material pedagógico preparado para explicar "a verdade revelada sobre o valor e caráter inviolável da vida humana, particularmente durante a doença e o final da vida.
O documento foi publicado na véspera da festa de Nossa Senhora de Lourdes, quando a Igreja celebra o Dia Mundial do Doente, e pouco mais de um mês depois da eutanásia de dois pacientes não terminais na Colômbia.
O documento da CEC tem uma carta aos doentes, outra às famílias, uma para voluntários e profissionais de saúde.
Depois de denunciar "o subjetivismo e o relativismo moral imperantes", a conferência dos bispos da Colômbia afirma que no país "se instalou a ideia errada de que o sofrimento dos doentes é uma 'ameaça insuportável, da qual é necessário livrar-se custe o que custar' e, por isso, várias sentenças da Corte Constitucional juntamente com resoluções do Ministério da Saúde e Proteção Social promovem a cultura da morte e a mentalidade da eficácia através da eutanásia”.
“A Igreja prega o Evangelho da Vida através do caminho do amor e da verdadeira compaixão”, diz o documento.
Na carta aos doentes, a CEC diz que a dor é "uma oportunidade para amadurecer, para se concentrar no que é verdadeiramente essencial, para reconhecer que somos seres limitados e que, portanto, devemos ver em cada circunstância uma oportunidade de ser mais humano”.
“Assumir a dor física ou moral, em vez de negá-la, nos torna 'outros Cristos' pregando o 'Evangelho do sofrimento' que é um chamado à coragem e à força, à maturidade interior e à grandeza espiritual que é um ensinamento digno para essa humanidade cada vez mais superficial”.
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Em sua carta às famílias, a conferência diz que “o testemunho oferecido por seu ente querido doente é a prova de como a vida é sagrada e deve ser cuidada e assistida até o último momento com dignidade e presteza”.
“Em nome de Cristo, o Bom Samaritano, agradecemos por sua generosidade, por seu serviço incondicional, por tornar vivo e atual o mandato do amor. Todos os seus esforços serão recompensados e quando seja o momento oportuno poderão oferecer suas mãos cheias de frutos de bondade que são os que fazem a diferença”.
A CEC encoraja os voluntários e profissionais de saúde a “que continuem sendo instrumentos de serviço para que, através de vocês, as pessoas que sofrem se sintam próximas do amor de Deus e o consolo de se sentir não um fardo, mas pessoas com dignidade”.
O manifesto que aparece no final do texto é um modelo para quem deseja deixar explícito sua oposição à eutanásia em caso de doença grave ou incurável.
O texto sugerido fala sobre a necessidade de receber os “cuidados básicos e os tratamentos adequados para aliviar a dor e o sofrimento; que não se aplique a mim a prestação de ajuda para morrer em qualquer de suas formas, seja eutanásia ou "suicídio medicamente assistido", nem que meu processo de morte seja prolongado de forma abusiva e irracional".
“Também peço ajuda para assumir de forma cristã e humana a minha própria morte e para isso peço a presença de um sacerdote católico e que me administrem os sacramentos pertinentes”, acrescenta.
O texto da CEC (em espanhol) pode ser baixado AQUI.
Confira também:
Homem com doença de ELA recusa oferta de eutanásia: Eu me senti atacado https://t.co/kqEnq1eHlc
— ACI Digital (@acidigital) November 17, 2021