O próximo filme sobre um padre americano ex-boxeador tem o potencial de inspirar qualquer um que considere um relacionamento com Deus, disse o indicado ao Oscar e ator católico Mark Wahlberg em entrevista em 10 de fevereiro ao The World Over, da rede de televisão católica EWTN, do mesmo grupo a que pertence ACI Digital.

"Acho que é uma história e uma mensagem que todos precisam escutar", disse Wahlberg. "Se conseguimos outra pessoa, se plantamos mais uma semente... e mesmo que demore 50 anos para chegar lá e impactar mais alguém, estamos fazendo o nosso trabalho", disse ele.

Father Stu (Padre Stu) é o título do filme que conta a história de Stuart Long, um padre de Montana que morreu de uma doença muscular rara em 2014. O padre Stu, como era carinhosamente conhecido, teve uma vocação tardia ao sacerdócio.

Dedicou-se ao boxe, teatro, ensino e gestão de museus antes de sua ordenação em 2007 para a diocese de Helena. Ele também é lembrado por seu comportamento sensato e às vezes rude.

Wahlberg será o padre Stu. O pai do padre será vivido por Mel Gibson.

“É baseado em uma história real”, disse Bart Tolleson, padre da diocese de Helena e amigo do padre Stu. “A história com certeza será contada com certas liberdades, mas conseguirá o interesse em sua vida, e só isso já é algo bom. É uma grande história”, comentou.

O padre Stu era um atleta dedicado. Ele jogou futebol no Carroll College, uma universidade católica em Montana, embora não fosse católico na época. Mais tarde, ele se dedicou ao boxe e ganhou o campeonato das Luvas de Ouro de 1985 para Montana

Depois, mudou-se para Los Angeles para seguir a carreira de ator e conseguiu um emprego em um clube de comédia antes de administrar um museu de arte em Pasadena por vários anos. Ele costumava ir ao museu de motocicleta.

“Um dia, quando estava voltando para casa do trabalho, fui atropelado por um carro e bati minha cabeça em um carro na pista ao lado”, compartilhou o padre Stu em uma entrevista de 2010 ao The Montana Catholic. "Testemunhas disseram ao delegado e aos repórteres que eu estava na estrada e um carro passou por cima de mim, mas aqui estou eu".

O padre Stu teve o que chamou de "experiência religiosa" no hospital e logo depois se tornou católico. No dia em que foi batizado, ele já sabia que seria padre.

Ele entrou no seminário Mount Angel, no Oregon, em 2003. Enquanto estava no seminário, os médicos descobriram um tumor do tamanho de um punho e o diagnosticaram com miosite de corpos de inclusão, uma condição muscular rara para a qual não há cura. Ele morreu em 2014 depois de servir sete anos como padre.

“A cruz da sua doença foi a maneira mais poderosa de servir as pessoas”, disse o padre Tolleson. “Ele era incansável em seu serviço e o Senhor lhe deu muitos dons belíssimos, de conselhos, de administrar os sacramentos. Ele não tinha medo, mesmo sendo limitado."

O projeto parece ser de incrível importância pessoal para Wahlberg. Ele conheceu o padre Stu em 2016 durante um jantar com dois padres.

Wahlberg disse que ficou impressionado com a perseverança do padre Stu diante do sofrimento.

“(Sua história) me dá muita esperança porque a morte é inevitável. A doença, todas essas coisas são inevitáveis. Vamos ter que enfrentá-las”, disse Wahlberg. “Mas como você lida com essas coisas e como Stu pode abraçar essas coisas. E, à medida que seu físico começou a definhar, a sua espiritualidade simplesmente se elevou”.

“Isso permitiu que ele se aproximasse de Deus através de seu sofrimento”, continuou ele. "E deu a ele a capacidade de compartilhar isso com outras pessoas de uma maneira muito honesta, algo que foi muito bom de contar."

Wahlberg disse que conseguiu se conectar com o sofrimento do padre Stu devido à batalha de seu próprio pai contra o câncer.

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"Meu pai era o cara mais forte que eu já vi", disse Wahlberg. “E, depois, a próxima coisa que eu soube foi que meu pai estava em uma cadeira de rodas e não conseguia andar, e tivemos que cuidar dele. Morava em uma clínica, assim que eu o entendi”.

Além disso, a mãe de Wahlberg morreu durante a produção de Father Stu. Wahlberg disse que sua dor se manifesta no filme.

“Obviamente fui às missas e tudo e consegui digerir um pouco. Mas eu o mantive trancado por dentro", disse ele. “E então eu estava filmando a cena em que pergunto a Deus 'por quê?' antes de me arrastar até o altar. Foi uma tomada de provavelmente 15 minutos, e tudo se encaixou."

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Wahlberg disse que o projeto também o motiva por sua própria fé católica.

“Sempre pensei em como… ainda estou pagando por todas as bênçãos que me foram dadas”, disse ele. "Sei que Deus não me colocou nesta posição para esquecer de onde eu venho."

“Eu sempre disse: 'OK, qual é a minha missão? Qual é o meu propósito?' E isso é plantar a semente, deixá-la florescer e depois usá-la para semear ainda mais a Sua palavra.”

O projeto levou cerca de seis anos para ser concluído porque Wahlberg lutou para encontrar o roteirista certo e rezou muito a Deus pelo sucesso do filme. Wahlberg acabou escolhendo a roteirista Rosalind Ross, que também dirigiu o filme. A Sony Pictures o assumiu em janeiro.

O filme inclui linguagem obscena, algo que Wahlberg disse ser intencional para torná-lo acessível a um público mais amplo.

"Queríamos ser brutalmente honestos", disse Wahlberg. “Queremos garantir que este filme não seja exclusivo para católicos e pessoas devotas. Isso é inclusivo para todos... Você se lembra qual era a missão de Deus, certo? Ele não veio para salvar os justos”.

Father Stu estreia nos cinemas em 15 de abril, Sexta-feira Santa.

"Mal posso esperar para que as pessoas vejam", disse Wahlberg. "Mal posso esperar para ir de cidade em cidade, de estado em estado, incentivando as pessoas a ver, mostrando, conversando e incentivando as pessoas."

A entrevista completa, em inglês, está em https://www.ncregister.com/interview/mark-wahlberg-talks-father-stu-with-raymond-arroyo

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