PETRÓPOLIS, 17 de fev de 2022 às 11:42
O temporal que atingiu Petrópolis (RJ) na terça-feira, 15 de fevereiro, causou grandes danos à cidade e, até a manhã de hoje, 17, 104 mortes haviam sido registradas, além de centenas de desaparecidos e desabrigados. Por outro lado, uma grande rede de solidariedade se formou na cidade e um dos pontos de referência passou a ser a paróquia Santo Antônio, no bairro Alto da Serra, uma das áreas mais afetadas.
“De imediato, as pessoas se prontificaram para socorrer quem precisava. Os padres da paróquia logo abriram a igreja e o salão paroquial para acolher as vítimas e várias pessoas foram para lá ajudar”, contou à ACI Digital o voluntário Leonardo Mazzi.
Mazzi é paroquiano da paróquia Santo Antônio e mora na região do Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra. Nesse local aconteceu um grande deslizamento. Segundo a Prefeitura de Petrópolis, a estimativa é de que pelo menos 80 casas tenham sido atingidas. “Esse desastre foi em uma área ao lado e não atingiu onde eu moro. Graças a Deus, eu e minha família ficamos bem. Então, assim que a chuva diminuiu, fomos para a paróquia para ajudar”.
“Pessoalmente, o que me motiva e ir atuar como voluntário é ver a necessidade do povo, porque ver essa necessidade e ajudar o próximo é ser Igreja de verdade. Estamos ali para ajudar no que for preciso, seja no trabalho braçal, carregando peso, seja acolhendo uma pessoa”, disse.
No primeiro dia, Mazzi contou que saiu da paróquia às 3h30 e já havia cerca de 100 pessoas acolhidas. “Ontem à tarde, já eram mais de 200”, disse. A todo o momento, segundo o voluntário, o que pôde perceber foi “uma solidariedade muito grande”. “Toda hora chegam caminhões à paróquia trazendo doações. A diocese se mobilizou muito rápido e todas as paróquias começaram a nos ajudar como pontos de arrecadação e levando as doações para o Alto da Serra”, contou.
Na quarta-feira, 16 de fevereiro, o bispo de Petrópolis, dom Gregório Paixão, passou o dia na paróquia do Alto da Serra, ajudando no atendimento às vítimas. Do local, o bispo também manteve contato com padres de outras localidades para ter informações sobre o atendimento nas várias comunidades, pois as chuvas afetaram diversos bairros da cidade.
“Nesse momento, gostaria de agradecer a todos que se mostraram muito solidários. Graças a Deus, na paróquia do Alto da Serra fomos bem abastecidos pelas doações, mas ainda há quem precise de ajuda em outros locais da cidade. Então, gostaria também de pedir que continuem ajudando. Principalmente agora, no pós-tragédia, as pessoas vão precisar muito de ajuda para reconstruir suas casas, retomar suas vidas”, disse Mazzi.
Em vídeo divulgado pela paróquia Santo Antônio, o pároco, padre José Celestino, agradeceu a solidariedade das pessoas e afirmou que a paróquia já possui muita doação. “O que precisamos agora do povo é a oração, continuar pedindo a Deus por nós”, disse o sacerdote. Além disso, pediu para, “se possível, fazer doação em espécie, porque futuramente vamos precisar adquirir móveis para as pessoas e até mesmo ajudar nas construções”.
Para centralizar as doações em dinheiro, a diocese de Petrópolis disponibilizou uma conta no Banco Bradesco, agência 0401, conta corrente 114.134-1, a chave PIX é o CNPJ 28.805.190/0001-33.
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Presente há 125 anos em Petrópolis, os frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil disseram se sentir “fortemente atingidos pela dor e pelo drama de nossos irmãos e irmãs petropolitanos”. Na cidade, os franciscanos estão presentes na paróquia do Sagrado Coração de Jesus, na Editora Vozes, no Instituto Teológico Franciscano (ITF), no Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (Canarinhos), nas unidades do Colégio Bom Jesus e no Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS).
O ministro provincial, frei Paulo Roberto Pereira, afirmou por meio de nota que os franciscanos disponibilizaram a igreja do Sagrado Coração de Jesus como ponto de coleta de donativos para as vítimas e também estão empenhados “em oferecer apoio espiritual às famílias enlutadas, na assistência religiosa aos sepultamentos no Cemitério Municipal”.
Gestos de solidariedade também surgem em outras cidades. A diocese de Nova Friburgo (RJ), por meio da cáritas diocesana, está arrecadando doações de água mineral, material de limpeza e higiene pessoal, colchões e alimentos não perecíveis.
Os pontos de arrecadação são: cáritas diocesana, na Rua Pergentino José Saippa, 04, Duas Pedras; catedral diocesana São João Batista, no Centro; capela Santo Antônio, na Praça do Suspiro; paróquia São Bento Abade, no bairro Ypú; e Cruz Vermelha, na Praça Getúlio Vargas, 92, Centro. As doações também podem ser feitas em outras cidades que pertencem à diocese de Nova Friburgo. Em Macuco (RJ), o ponto de arrecadação é na paróquia São João Batista; em Bom Jardim (RJ), na paróquia Nossa Senhora da Conceição; em Macaé (RJ), paróquia Nossa de Fátima e paróquia Santo Antônio; e, em Rio das Ostras (RJ), paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Em nota, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmou que neste momento “somos todos convocados a testemunhar a nossa fé, exercendo a solidariedade”. A entidade pediu que “cada cristão católico” se compadeça “daqueles que perderam o pouco que possuíam”. “Especialmente, levemos amparo às famílias enlutadas e desabrigadas. A nossa Igreja já se mobiliza para ajudar. Sigamos todos juntos”, afirmou.
Também o Regional Leste 1 da CNBB, que engloba as dioceses do Estado do Rio de Janeiro, manifestou “solidariedade com todo o povo petropolitano” e fez um chamado a Igreja católica presente na região “a se unir em oração” pelas pessoas afetadas pela tempestade e enviar doações para a diocese de Petrópolis.
Confira também:
Bispo de Petrópolis pede solidariedade após tempestade que deixou dezenas de mortos https://t.co/D5BMkxPhr2
— ACI Digital (@acidigital) February 16, 2022