PAMPLONA, 16 de nov de 2005 às 18:01
O Arcebispo de Pamplona, Dom Fernando Sebastián, advertiu que o receio contra o ensino da religião católica nas escolas “é só a ponta do iceberg”, porque o que realmente pretende o laicismo é limitar sua difusão na sociedade.
Em sua última “Carta da fé”, o Prelado explicou que “a questão de fundo” do debate sobre o ensino do catolicismo nas escolas públicas não está no número de pais que a querem para seus filhos, senão no desejo do laicismo de limitar sua difusão na sociedade.
“Para eles a extensão da religião católica na Espanha é um mal, e tratam de colocar empecilhos para que diminua o número de católicos”, assinalou no texto titulado “Religião sim, religião não”. Entretanto, precisou que “o decaimento da fé e a marginalização social da fé cristã” não são conseqüência de uma determinada política, mas de um mal mais profundo.
O texto explica que para seus caluniadores, a influência do catolicismo na Espanha “foi um mal, e colocam sempre os mesmos argumentos, a Inquisição, os privilégios, as riquezas”.
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“Mais profundamente, alguns dirigentes pensam que a religião, toda religião, é ruim e prejudicial, porque é falsa, porque seqüestra a liberdade do homem, porque faz que a energia criadora da pessoa se perca em fantasias vãs, porque nos impede ver o mundo com olhos limpos e desfrutar livremente da vida”, indicou.
Nesse sentido, o Prelado disse que embora é positiva a defesa dos direitos cidadãos “utilizando pacificamente os recursos civis e políticos que a democracia lhes oferece”, este conflito “requer outro tipo de tratamento”.
Dom Sebastián afirmou que o catolicismo é “perfeitamente compatível com uma vida democrática e aberta, em liberdade e tolerância”. Recordou que “foi a fé cristã que nos ensinou a viver assim, apesar dos muitos enganos que todos lamentamos”.
Finalmente, exortou aos fiéis a viver a fé “com maior entusiasmo, com maior coerência e com maior claridade”, para testemunhar “aos nossos concidadãos que a vida cristã não é nada imposto nem acrescentado, senão a verdade e a plenitude de nossa vida em comunhão com Cristo”.