PARIS, 22 de fev de 2022 às 16:06
A arquidiocese de Paris repudiou a "vulgaridade inútil" de um vídeo gravado na semana passada por dois ativistas homossexuais em uma igreja católica da capital da França.
"A diocese de Paris lamenta a vulgaridade inútil de um vídeo filmado na igreja de Saint-Paul-Saint-Louis, local de oração e paz, e transmitido na rede social TikTok", disse o comunicado publicado em 17 de fevereiro.
"O pároco de Saint-Paul-Saint-Louis entrou em contato com o autor do vídeo, filmado sem autorização, e ordenou que ele o removesse de sua conta em 24 horas", disse o texto.
O homem que se apresenta como "Queen Paul" (Rainha Paul), com mais de três milhões de seguidores no TikTok; e Benjamin Ledig, com quase 90 mil seguidores, publicaram o vídeo que gravaram no altar de uma igreja dançando sensualmente, fingindo rezar e fazendo gestos obscenos.
O vídeo foi visto por milhões de pessoas e causou polêmica, principalmente quando Ledig se recusou a pedir desculpas e acusou a Igreja de "homofobia" e a criticou por se opor às uniões homossexuais.
"Não me arrependo de nada que fiz", disse o influenciador; que também prometeu, em outro vídeo, "que em breve também fará o twerk em uma mesquita".
O twerk ou twerking é a palavra em inglês que designa o ato de dançar provocativamente.
AVISO: O vídeo pode ofender a sensibilidade do leitor
Une vidéo qui m’indigne. Un manque de respect total. Celui-ci demande en plus de ça du respect alors que lui même n’en a pour ni rien ni personne. Leurs gestes n’ont rien à faire dans une église un lieu SAINT et je dirais même peu importe le lieu si il est PUBLIC ! #benjaminledig pic.twitter.com/S8Sa1NVpaS
— Laura? (@Laaura2507) February 17, 2022
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Segundo o jornal Le Parisien, o escritório de advocacia Influxio, que se dedica a defender legalmente os ativistas, denunciou algumas ameaças contra Benjamin Ledig, destacando que o endereço e o telefone de seus pais foram publicados nas redes sociais.
Embora Ledig tenha continuado publicando vídeos para provocar seus críticos, um deles gravado na mesma igreja; “Queen Paul” apagou o vídeo de suas contas do Instagram e TikTok e pediu perdão “aos católicos que ele possa ter ferido”.
Uma usuária que compartilhou o vídeo no Twitter expressou sua indignação com a “total falta de respeito. Eles pedem, mas eles mesmos não têm por nada nem por ninguém. Seus gestos não têm nada a ver com uma igreja que é um lugar sagrado, e diria a mesma coisa se fosse um lugar público”.
Em seu comunicado, a arquidiocese de Paris disse que "o pároco de Saint-Paul-Saint-Louis explorará todas as possibilidades jurídicas para pôr fim à violação de seus direitos que constituem a gravação e distribuição deste vídeo sem autorização prévia e expressa".
O texto afirmou que qualquer gravação em uma igreja deve ter a autorização "prévia e expressa" do padre responsável, conforme estabelecido pela lei de culto de 1905.
“A diocese de Paris lembra que as igrejas são edifícios destinados ao culto católico de forma permanente e em todos os seus elementos: nenhum vídeo ou filme pode ser filmado sem a autorização expressa do pároco”, conclui o comunicado.
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— ACI Digital (@acidigital) February 9, 2022