Descendentes de ucranianos se reuniram na tarde de ontem em Prudentópolis (PR), para um momento de oração pela paz na Ucrânia, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada de ontem, 24 de fevereiro. “Essa notícia nos surpreendeu e, mais do que isso, nos entristeceu”, disse o bispo da eparquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, dom Meron Mazur, que cuida de católicos de rito ucraniano.

O Brasil tem a quarta maior comunidade ucraniana do mundo, com 600 mil descendentes. A maioria deles vive no estado do Paraná. A cidade de Prudentópolis tem a maior comunidade ucraniana no país. Dos seus 52 mil habitantes, 75% são descendentes de ucranianos.

Ontem, o prefeito de Prudentópolis, Osnei Stadler, enviou um ofício ao prefeito da cidade ucraniana de Ternópil, Serhij Nadal, oferecendo acolhida a refugiados. “Prudentópolis segue com as portas e com o coração aberto ao povo ucraniano como o fez há mais de cem anos, quando recebeu os primeiros imigrantes que aqui construíram sua história e influenciaram diretamente no modo de vida de nossa terra”, diz o documento, referindo-se à chegada dos primeiros ucranianos à cidade paranaense, em 1896.

Prudentópolis também é a sede da eparquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, cujo território abrange o oeste do Paraná e os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá. A eparquia é sufragânea à arquieparquia ou metropolita católica ucraniana São João Batista, que tem sede em Curitiba (PR).

O ato em Prudentópolis aconteceu na Praça da Ucrânia. Alguns participantes usavam trajes típicos ucranianos e seguravam a bandeira do país. “Em solidariedade com nosso povo na Ucrânia, mesmo nós que já somos terceira, quarta geração de descendentes, carregamos dentro de nós a riqueza cultural, o lado emocional, o afetivo, o religioso”, afirmou dom Meron Mazur.

Oração pela paz na Ucrânia em Prudentópolis. Foto: Facebook Prefeitura de Prudentópolis

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O bispo declarou que na história da Ucrânia, “nossos entes queridos sofreram durante o regime da União Soviética”. “Quantos padres, bispos, religiosos, religiosas e quantos leigos foram deportados, assassinados, viviam na clandestinidade. Isso nos entristece e deixa preocupados, porque ninguém quer que volte essa situação”, disse.

Dom Mazur convidou todos a se unir em oração, “obedecendo ao apelo do nosso Santo Padre, o papa Francisco, do nosso arcebispo maior e chefe de nossa Igreja, dom Sviatoslav Shevchuk”. Para o bispo, a oração é a “única maneira” de se vencer o mal. “Rezemos pela paz, mas também pela soberania da nossa Ucrânia. Ninguém tem o direito de tirar a liberdade do nosso povo”, afirmou.

Em seguida, os presentes fizeram um momento de oração em ucraniano e finalizaram rezando a Ave Maria.

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