Começou na Quarta-feira de Cinzas, 2 de março, a campanha 40 Dias pela Vida em Brasília. Iniciada na praça dos Três Poderes, onde se encontram a sede do legislativo, executivo e judiciário nacional, a campanha contará com um voluntário rezando contra o aborto no país ao longo de toda a Quaresma.

“Nossa missão é espiritual”, disse Maria Julita Palmeira, ginecologista e líder organizadora da campanha 40 Dias pela Vida em Brasília à ACI DIgital. “Combatemos o aborto pelo poder da oração e com orientação”, diz a médica que atuou, em consultório, para impedir o extermínio de vidas.

Em seu consultório, Julita Palmeira “tentava explicar que o aborto não era a única alternativa” para uma gravidez indesejada. “Ele é muito ruim coletivamente: via o grande sofrimento daquelas mulheres depois de fazerem o aborto”.

Nos atendimentos, além de orientar a não fazer o aborto, a médica aconselhava a quem tinha cometido o aborto a procurar um padre e um terapeuta. “Só eu via o bagaço de mulher que chegava à minha frente”, lembra.

O aborto continua proibido no Brasil. O Código Penal Brasileiro, que no artigo 128 define o crime do aborto, não comina pena para o caso de gravidez resultante de estupro ou para caso de risco de vida da mãe. O Supremo Tribunal Federal ampliou o acesso ao aborto no caso de bebês com má formação por anencefalia numa decisão tomada em abril de 2012.

A população do Brasil continua amplamente contrária ao aborto. No estudo da Global Views on Abortion, da empresa internacional de pesquisa Ipsos, quando perguntados se "o aborto deve ser permitido sempre que uma mulher assim o desejar", apenas 31% dos brasileiros responderam que sim — colocando o Brasil como o quinto menos favorável à legalização total do aborto em um conjunto de 27 países analisados pela edição de 2021.

As campanhas de 40 Dias pela Vida surgiram nos Estados Unidos, em 2007, e desde então já alcançaram mais de 60 países e 1 milhão de voluntários.

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Durante 40 dias consecutivos, voluntários oram pelo fim da ameça do aborto em sua comunidade. Eles permanecem em vigília pacífica de oração, em frente a um hospital que realize abortos, uma casa legislativa ou em uma praça.

Ocorrem duas campanhas ao ano, no primeiro e segundo semestres, acumulando muitos frutos: são mais de 20,7 mil bebês salvos, mais de 220 trabalhadores que deixaram de atuar em abortos e mais de 110 centros de aborto fechados.

A organização internacional é feita pela 40 Days for Life  (www.40daysforlife.com). Além de Brasília, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre participam dos 40 Dias pela Vida. A campanha segue até 10 de abril. Para ser um voluntário basta ir a um dos eventos e pedir para entrar na campanha.

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