O arcebispo de Poznan e presidente da Conferência Episcopal Polonesa, dom Stanislaw Gądecki, enviou uma carta ao patriarca ortodoxo russo Kirill de Moscou e de toda a Rússia exortando-o a pedir ao presidente Vladimir Putin que pare a guerra na Ucrânia.

“Peço-lhe, irmão, que convoque Vladimir Putin para que pare a guerra sem sentido contra o povo ucraniano, na qual pessoas inocentes estão morrendo e o sofrimento afeta não apenas os soldados, mas também os civis, especialmente as mulheres e as crianças”, diz a carta de dom Gądecki enviada em 2 de março.

A mensagem destaca ao patriarca de Moscou, chefe da igreja ortodoxa russa desde 2009, que Putin poderia “parar o sofrimento de milhares de pessoas com uma só palavra”.

“Peço-lhes humildemente que peçam a retirada das tropas russas do Estado soberano que é a Ucrânia”, pediu o arcebispo católico.

Ontem, 3 de março, fez uma semana que a guerra eclodiu na Ucrânia. Segundo o último relatório do escritório de direitos humanos da ONU, foram registradas 536 mortes de civis.

A agência da ONU para os refugiados informou em 2 de março que mais de 900 mil pessoas fugiram da Ucrânia. Mais da metade delas se refugiou na Polônia.

Na sua mensagem, dom Gądecki destacou que “nenhuma razão, nenhuma lógica pode justificar a decisão de lançar uma invasão militar de um país independente, bombardeando áreas residenciais, escolas ou creches”.

Neste contexto, ele também pediu ao patriarca Kirill que exorte os soldados russos a "não participarem desta guerra injusta, a se recusarem a cumprir ordens que levam a muitos crimes de guerra".

"Recusar-se a seguir ordens em tal situação é uma obrigação moral", disse ele na carta.

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Ele também pediu ao patriarca Kirill que exorte todos os irmãos ortodoxos na Rússia a jejuar e rezar pelo "estabelecimento de uma paz justa na Ucrânia".

Esta é a segunda vez que o presidente do conferência episcopal polonesa se dirige a Kirill. A carta anterior, enviada em 14 de fevereiro, foi dirigida aos bispos ortodoxos e católicos da Rússia e da Ucrânia. Dom Gądecki então apelou para unir "nossas forças espirituais como fiéis em Cristo nas diferentes confissões da Rússia, Ucrânia e Polônia para evitar o espectro de outra guerra em nossa região".

A Ucrânia tem 44 milhões de habitantes, a maioria dos quais são cristãos ortodoxos.

Os cristãos ortodoxos orientais na Ucrânia estão divididos entre a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou, sob a jurisdição da Igreja Ortodoxa Russa; e a Igreja Ortodoxa da Ucrânia, afiliada ao Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

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