Católicos vão repudiar cartaz blasfemo contra a Virgem, diz padre espanhol

VALÊNCIA, 7 de mar de 2022 às 16:00

O padre espanhol Francisco José Delgado disse que tem certeza de que o povo católico valenciano vai repudiar e fazer os devidos reparos no cartaz blasfemo com uma virgem "drag queen" feito por ocasião das Fallas de Valência 2022, festa típica da cidade para dar as boas-vindas a uma nova estação do ano e que surgiu como homenagem a são José, padroeiro dos carpinteiros.

"Não tenho dúvidas de que o povo católico valenciano repudiará este lamentável fato e o reparará convenientemente, como já foi feito em ocasiões anteriores em que a imagem da Virgem dos Desamparados também foi objeto de ataques anticatólicos", disse o pároco de Lominchar e Palomeque em Toledo, Espanha, em declarações à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

“Nesses casos, até duvidamos se temos que fazer eco do assunto, porque é claro que são ‘artistas’ que, por causa da evidente falta de capacidade e sucesso, escolhem o caminho rápido da mera provocação, sempre agredindo os católicos”, disse o padre.

A discoteca Piccadilly publicou um cartaz blasfemo com uma imagem da Virgem dos Desamparados drag queen para promover as Fallas de Valência 2022, festas que se realizam naquela cidade espanhola entre fevereiro e março.

 

Segundo o jornal El Español, no cartaz a drag queen “Liz Dust” é quem aparece como a Virgem dos Desamparados, popularmente conhecida em Valência como La Geperudeta, para lembrar “os eventos mais importantes das festividades, a oferenda de flores" à Mãe de Deus.

Em Valência chamam essa devoção La Geperudeta (A Corcunda) por causa de sua leve inclinação, como se tivesse uma pequena corcunda nas costas.

 

A fotografia do cartaz mostra ainda uma mulher seminua e o artista valenciano Eduardo Jairycovich como o Menino Jesus, sob o lema “Somos cultura, somos tradição, somos diversidade”.

O cartaz blasfemo gerou polêmica nas redes e a indignação de muitos fiéis.

Padre Francisco José disse à ACI Prensa que este cartaz blasfemo é ainda mais chamativo porque no ano passado nas Fallas de Valência “proibiram queimar uma meia-lua, símbolo islâmico, em um ninot (monumento gigante típico das Fallas) para não ofender a população muçulmana”.

“Cabe recordar que a queima deste tipo de figuras é um elemento característico das Fallas. No caso do ano passado, a Falla chegou a ser protegida pela polícia, para garantir que a meia-lua não sofresse dano”, continuou.  

AVISO: O cartaz pode ferir a sensibilidade do leitor, mas se quiser, pode vê-lo neste link:

https://www.elperiodic.com/archivos/imagenes/noticias/2022/03/03/cartel-sin-picca.jpeg

As Fallas de Valência

As Fallas de Valência são festas que acontecem do final de fevereiro até meados de março nessa cidade espanhola. Surgiram como uma homenagem a são José, cuja festa é celebrada no dia 19 de março.

A origem das festas remonta ao século XIX, quando havia muitos carpinteiros em Valência, que tinham o santo como padroeiro, e que queimavam coisas velhas na véspera da festa do santo, celebrando o fim do inverno.

Agora as Fallas são uma importante atração turística e fazem parte do patrimônio cultural imaterial da humanidade desde 2016.

Suas atividades incluem uma oferenda à Virgem dos Desamparados, padroeira de Valência; a iluminação de luzes coloridas nos bairros da cidade, fogos de artifício, touradas e monumentos gigantes de papelão chamados ninots, que geralmente são queimados.

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— ACI Digital (@acidigital) August 17, 2021