A arquidiocese de Guayaquil, Equador, anunciou que em 12 de março os católicos voltarão às ruas no Festival pela Vida para pedir ao presidente do Equador, Guillermo Lasso, que vete o projeto de lei que permite o aborto em casos de estupro.

Depois de dois anos sem poder se manifestar nas ruas devido às medidas de combate à pandemia da covid -19 impostas, os católicos da arquidiocese de Guayaquil voltarão a participar do Festival pela Vida, encontro anual que "se une à celebração do Dia Internacional do Nascituro”.

Em muitos países do mundo, o Dia do Nascituro é 25 de março, e no Equador esta data é comemorada por decreto presidencial desde 2006. Para celebrá-lo, há 14 anos a arquidiocese de Guayaquil criou o Festival pela Vida, um encontro que celebra o primeiro direito humano que é a vida e incentiva o cultivo de uma "cultura da vida".

A arquidiocese de Guayaquil anunciou que este ano, excepcionalmente, o festival será no dia 12 de março a partir das 10h na Praça São Francisco. “A comemoração adianta sua data para mostrar seu apoio a uma maioria que respeita e defende a vida e que pede ao presidente um veto pró-vida”, explicou.

Em 17 de fevereiro, a Assembleia Nacional do Equador aprovou o projeto de “Lei Orgânica que garante a interrupção voluntária da gravidez para meninas, adolescentes e mulheres vítimas de estupro” que estabelece que uma mulher com mais de 18 anos pode abortar até 12 semanas de gestação, e no caso de menores, essa prática é permitida até 18 semanas.

O projeto foi imediatamente criticado por milhares de equatorianos que saíram às ruas para protestar; e após sua aprovação, lançaram uma campanha de assinaturas na plataforma CitizenGO para pedir ao presidente Lasso que vete a lei do aborto.

Apoiando a voz da maioria dos equatorianos, a arquidiocese de Guayaquil destacou que o Festival pela Vida deste ano terá como lema a seguinte mensagem: "Sim à vida, senhor presidente, as pessoas estão pedindo um veto pró-vida".

A arquidiocese lembrou que "em 1º de junho de 2006, o ex-presidente do Equador, Dr. Alfredo Palacio González, assinou o decreto presidencial nº 1.441, que estabelece que o concebido é uma criança".

Este documento afirma que "o direito à vida deve ser garantido, reconhecendo-lhe expressamente a sua 'qualidade de pessoa natural sujeita a direito, que não pode ser discriminada por sua condição de nascituro'", destacou.

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A arquidiocese disse que será lido no festival o “Manifesto pela Vida”, no qual “cerca de 30 instituições eclesiais e sociais que trabalham com mulheres grávidas e vítimas de estupro, manifestaram apoio ao veto presidencial, e pediram respeito ao artigo 45 da Constituição”.

No encontro haverá momentos de lazer em família e momentos de oração, que serão acompanhados pela música das cantoras Andrea Arias e Juliana Pérez. O evento será encerrado com a “bênção campal com o Santíssimo Sacramento”, informou a arquidiocese.

A arquidiocese de Guayaquil disse que participarão do festival a ativista Poly Ugarte, o ex-deputado Héctor Yépez Martínez, a jornalista Teresa Arboleda, entre outras personalidades.

O festival quer transmitir que "a defesa da vida desde sua concepção é uma luta de todos os equatorianos [...], ainda mais nos tempos atuais em que se espera que o presidente do Equador, Guillermo Lasso, decida sobre o projeto de lei do aborto por estupro”, concluiu.

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