O tema da reflexão do papa Francisco no Ângelus dominical de hoje, 13 de março, foi o episódio da Transfiguração proposto pelo Evangelho deste II Domingo da Quaresma. O santo padre exortou os fiéis a invocar o Espírito Santo para despertar seu desejo de orar.

"A sonolência dos três discípulos parece ser uma nota discordante. Os mesmos apóstolos adormecem também no Getsêmani, durante a oração angustiada de Jesus, que lhes pediu que vigiassem (cf. Mc 14,37-41). A sonolência em momentos tão importantes é surpreendente", observou o papa, falando a uma grande multidão reunida na Praça de São Pedro, em Roma.

"No entanto, se lermos com atenção, veremos que Pedro, João e Tiago adormecem antes do início da Transfiguração, ou seja, enquanto Jesus está em oração. O mesmo acontecerá no Getsêmani. Esta é, evidentemente, uma oração que continuou por algum tempo, em silêncio e concentração. Podemos pensar que no início eles também estavam rezando, até que o cansaço prevaleceu", continuou.

O Papa Francisco observou ainda que, como seguidores de Jesus, somos propensos às mesmas fraquezas dos apóstolos e muitas vezes perdemos a oportunidade de conversar com Deus em momentos importantes de nossas vidas.

"Talvez à noite, quando gostaríamos de rezar, para passar algum tempo com Jesus depois de um dia de correria e estar ocupado. Ou quando é hora de trocar algumas palavras com a família e não temos mais forças. Gostaríamos de estar mais despertos, atentos, participativos, para não perder oportunidades preciosas, mas não podemos, ou administramos de alguma forma, mas mal", disse.

“O forte tempo da Quaresma é uma oportunidade nesse sentido”, continuou o papa Francisco. “É um período em que Deus quer nos despertar da letargia interior, dessa sonolência que não deixa o Espírito se expressar. É uma graça e deve ser pedida.”

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"Os três discípulos do Evangelho mostram isso: eles eram bons, haviam seguido Jesus até a montanha, mas por suas próprias forças não conseguiam ficar acordados. Isso acontece conosco também."

A boa notícia é que o Espírito Santo deseja nos ajudar a fazer o que não podemos realizar sozinhos. "Como [os apóstolos], também nós temos necessidade da luz de Deus, que nos faz ver as coisas de outra maneira: atrai-nos, desperta-nos, reacende o nosso desejo e a nossa força de orar, de olhar para dentro de nós e de dedicar tempo aos outros", disse o papa.

"Podemos vencer o cansaço do corpo com a força do Espírito de Deus. E quando não conseguimos superar isso, devemos dizer ao Espírito Santo: 'Ajuda-nos, vem, vem, Espírito Santo. Quero encontrar Jesus, quero estar atento, desperto.' Peça ao Espírito Santo que nos tire desse sono que nos impede de orar."

Em conclusão, o Papa Francisco apresentou um desafio simples. “Nesta Quaresma, depois do trabalho de cada dia, nos fará bem não apagar a luz do quarto sem nos colocarmos na luz de Deus. Rezar um pouco antes de dormir”, exortou.

"Vamos dar ao Senhor a chance de nos surpreender e despertar nossos corações. Podemos fazer isso, por exemplo, abrindo o Evangelho e deixando-nos maravilhar com a Palavra de Deus, porque a Escritura ilumina nossos passos e inflama o coração. Ou podemos olhar para Jesus crucificado e admirar o amor sem limites de Deus, que nunca se cansa de nós e tem o poder de transfigurar nossos dias, dar-lhes um novo significado, uma luz nova e inesperada", afirmou.

“Que a Virgem nos ajude a manter nosso coração desperto para acolher este tempo de graça que Deus nos oferece”.