O papa Francisco encontrou-se com o bispo eleito do Sudão do Sul, Christian Carlassare, padre comboniano italiano cuja consagração episcopal foi adiada no ano passado depois de ter sofrido uma tentativa de assassinato num tiroteio.

Na segunda-feira, 14 de março, padre Christian Carlassare se encontrou em particular com o papa Francisco no Vaticano, menos de duas semanas antes de sua consagração episcopal, que está marcada para a próxima sexta-feira, 25 de março.

A imprensa vaticana informou que o papa Francisco rezou pelo arcebispo Carlassare após o ataque e anunciou que o papa planeja visitar Juba, capital do Sudão do Sul, de 5 a 7 de julho.

Na noite de 25 de abril de 2021, Carlassare foi baleado nas pernas em uma tentativa de assassiná-lo. Dois homens armados atiraram na porta de seu quarto e forçaram a entrada. O quarto do bispo eleito fica em um lugar onde moram os padres que servem na Catedral da Sagrada Família da diocese de Rumbek.

Durante sua hospitalização, o padre ofereceu a sua dor pelo fim da violência no Sudão do Sul.

O ataque ocorreu pouco mais de um mês depois que o papa Francisco o nomeou bispo de Rumbek. Carlassare atua como padre missionário na diocese de Malakal desde 2005.

A diocese de Rumbek está sem bispo desde julho de 2011, após a morte do missionário comboniano dom Cesare Mazzolari.

Carlassare foi tratado inicialmente em Rumbek e depois levado para a capital do Quênia, Nairóbi. Em 17 de maio de 2021, o padre recebeu alta do hospital para receber atendimento domiciliar.

No dia seguinte ao ataque, em uma gravação de vídeo de sua cama de hospital, o padre Carlassare descreveu o tiroteio como uma ameaça à vida, mas pediu reconciliação e "justiça com o coração de Deus".

“Vai levar algum tempo para que minhas pernas voltem a andar, mas garanto que voltarei e estarei com vocês”, disse ele na mensagem de vídeo.

Em 5 de maio de 2021, antes de sua alta do hospital, o bispo eleito disse que estava implorando a Deus pelo fim da “violência, a divisão e os desejos egoístas” na diocese de Rumbek.

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“Ajoelho-me diante de Deus para interceder pela diocese de Rumbek e rezar pela conversão dos pecadores”, disse Carlassare em uma mensagem gravada pela ACI África, agência do Grupo ACI.

Eu ofereço a dor que sofro para que Deus nosso Senhor purifique a Igreja de Rumbek de todos os erros e para que coisas assim não aconteçam novamente, para que não haja espaço para violência, divisão e desejos egoístas que vêm do mal”, disse.

Em junho de 2021, a polícia do estado dos Lagos, no Sudão do Sul, prendeu uma pessoa suspeita de estar envolvida no tiroteio, foi a sexta pessoa presa pelo crime, incluindo o padre John Mathiang, que serviu como coordenador diocesano de Rumbek.

Em novembro de 2021, os suspeitos do crime estavam presos em Juba, depois de terem sido transferidos de Rumbek.

Dois dos seis suspeitos foram soltos no início de março deste ano, pois segundo o juiz faltavam "provas contra eles", informou ACI África.

A diocese de Rumbek atende cerca de 200 mil católicos no centro do Sudão do Sul, uma área com uma população de 1,7 milhão.

A cidade de Rumbek foi a capital do país desde o fim da Segunda Guerra Civil Sudanesa em 2005, até a independência do Sudão do Sul em 2011, quando a capital foi transferida para Juba.

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