“A pauta feminista é instrumento de um grande esforço de engenharia social, regida pelos interesses de grupos financeiros e ideológicos que desejam destruir a família brasileira tal como sempre existiu”, disse a deputada federal Chris Tonietto (União/RJ) à ACI Digital.

Eleita em 2018 para seu primeiro mandato,Tonietto, de 30 anos, ficou conhecida por posições firmes em assuntos como a defesa da vida desde a concepção até a morte natural.

Casada, mãe de Davi, hoje com um ano e três meses, Tonietto equilibra o papel de mãe com o de deputada que apoia a educação domiciliar e luta contra a ideologia de gênero nas escolas. Autora de projetos de lei de combate à corrupção, Tonietto integra, na Câmara, as comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), a Comissão de Educação, a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e a Comissão dos Direitos da Mulher.

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, Tonietto conversou com a ACI Digital sobre o seu papel como mulher na política.

ACI Digital: Qual o valor de haver uma mulher católica no Congresso Nacional?

Chris Tonietto: Como parlamentar católica, creio que o mais importante é a atenção para as pautas que correspondem aos valores cristãos de quase todo o povo brasileiro e a defesa da fé contra os ataques que tem sofrido por parte das ideologias mais perversas. Como mulher, luto pela proteção da família, pela valorização da maternidade, pelos direitos do nascituro, e contra as inúmeras deformações e inversões de valores introduzidas pelo movimento feminista.

ACI Digital: Qual é a sua atuação no Congresso em relação à pauta feminina e feminista?

Tonietto: É realmente importante ressaltar a diferença entre as duas coisas. A pauta feminina é minha prioridade: defesa dos direitos da família, da maternidade, do nascituro, da segurança e dignidade da mulher brasileira. Já a pauta feminista é instrumento de um grande esforço de engenharia social, regida pelos interesses de grupos financeiros e ideológicos que desejam destruir a família brasileira tal como sempre existiu.

ACI Digital: Em relação à defesa da vida, quais são os trabalhos que você tem desenvolvido?

Tonietto: Sou autora de inúmeras propostas legislativas nesse sentido. Destaco o PL n. 564/2019, que dispõe sobre a representação e defesa dos interesses do nascituro; o PL n. 2.893/2019, que revoga o art. 128 do Código Penal (“Não se pune o aborto praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro”) e põe fim à escusa absolutória (que exime o réu, mesmo culpado, da pena) para o assassinato intrauterino em casos de estupro, que pune um ato hediondo com outro; o PL n. 4.149/2019, que institui a Semana Nacional do Nascituro; e muitos outros, além das palestras e seminários que tenho ministrado no âmbito da Câmara dos Deputados e de minhas redes sociais. Também coordeno a Frente Parlamentar Mista contra o Aborto e em Defesa da Vida, que conta com diversos eventos e iniciativas e ainda apresenta conteúdos relacionados à defesa da vida no Instagram e no Facebook.

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ACI Digital: O que mudou depois que você se tornou mãe?

Tonietto: O Davi é o amor da minha vida! Depois que me tornei mãe, logo que descobri a gestação, além de ter experimentado um amor sem precedentes, precisei aprender a conciliar as responsabilidades da maternidade com as responsabilidades do trabalho, sem deixar a desejar em qualquer dos campos. É complicado no primeiro momento, mas depois tiramos de letra, porque é algo natural. Tenho a impressão de que a mulher, por instinto, já nasce sabendo ser mãe.

ACI Digital: Você é a favor da política de cotas para as mulheres?

Tonietto: Não. A política de cotas viola fundamentalmente a isonomia do processo seletivo a qualquer cargo. Cotas podem ser aplicadas apenas de modo temporário para atender a alguma necessidade social urgente, mas não é esse o caso com as mulheres. Minha posição já foi firmada por diversas vezes no ambiente parlamentar, sobretudo quando apresentei votos contrários ao projeto de lei n. 6.203/2019, do deputado Bosco Costa, e ao projeto de lei complementar n. 35/2019, dos deputados Marcelo Freixo e Sâmia Bomfim, e que têm por objeto, respectivamente, estabelecer a obrigatoriedade de cotas para mulheres nos Conselhos de Administração de Organizações Sociais e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e a fixação de cotas de 50% de deputados para cada sexo.

ACI Digital: Você é a favor de que mais mulheres estejam em cargos públicos como o seu?

Tonietto: Parlamentares podem representar setores da sociedade, grupos ideológicos, categorias profissionais, classes. Mas não creio que faça sentido a representatividade por sexo. Nesse sentido, falar em proporção entre homens e mulheres na Câmara dos Deputados acaba sendo um desvio. A grande maioria das deputadas que se dizem representantes "das mulheres" falam apenas em nome de pequenos grupos de militantes feministas, que nada têm a ver com os anseios da mulher brasileira.

 

ACI Digital: No que o Brasil ainda deve avançar na pauta feminina e feminista?

Tonietto: Creio que o mais essencial é redescobrirmos as pautas que são realmente importantes para a mulher brasileira, que em pouco ou nada se relacionam com o movimento feminista: a proteção e valorização da família, os direitos do nascituro e a dignidade da gestante, um período de licença-maternidade que corresponda às necessidades da mulher e da criança - e não unicamente à lógica do mercado de trabalho.

 

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