SÃO PAULO, 18 de mar de 2022 às 12:41
Em pelo menos três Estados do Brasil, bispos querem que os fiéis continuem usando máscara nas igrejas, apesar de governadores e prefeitos terem acabado com a obrigatoriedade da máscara como meio de combate à pandemia de covid-19.
O arcebispo de Maceió (AL), dom Antônio Muniz Fernandes, comunicou na tarde de ontem que, mesmo após a prefeitura da cidade ter desobrigado o uso de máscara de proteção, “a arquidiocese decidiu manter o uso obrigatório dentro das igrejas e em qualquer evento religioso realizado em espaço fechado, por tempo indeterminado.”
Em Anápolis (GO), o bispo, dom João Wilk, afirmou que “conforme determinado na última reunião do clero, em caso de aglomeração de pessoas por um tempo prolongado, mantenha-se obrigatório o uso de proteção facial tanto nas santas missas como durante encontros de pastorais e movimentos”.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a liberação do uso de máscaras em locais fechados na quinta-feira, 17 de março.
Mesmo assim, em nota, a arquidiocese de São Paulo disse respeitar a decisão de Doria, mas recomenda que, “nos ambientes internos das igrejas e organizações eclesiais, seja mantido o uso das máscaras, sobretudo, para não colocar em risco a saúde das pessoas idosas, com comorbidades ou as que ainda não estão com a vacinação completa contra a covid-19.”
Em Botucatu (SP), a orientação é a mesma. Assinado pela equipe de comunicação da arquidiocese, um comunicado ainda fala de “higienização das mãos, a limpeza e a ventilação dos ambientes.”
Dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto, também recomendou o uso do item, pedindo que continuem usando máscaras “durante as celebrações e atividades pastorais.”
Em contrapartida, na sexta-feira, 11 de março, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, tornou facultativo o uso de máscara nas missas e demais eventos eclesiais. Em nota, disse que “o fiel é livre para utilizar ou não a proteção facial”. Bem como no Rio de Janeiro, o uso da máscara fica a cargo do fiel. Além disso, a arquidiocese da capital carioca afirmou que, “quanto ao modo de se distribuir a Comunhão Eucarística, na mão ou na boca, deixamos a liberdade de se adequar ao que a comunidade estiver acostumada”.
Membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo, Paulo Henrique Cremoneze disse à ACI Digital: “Os bispos podem recomendar” a utilização de máscaras durante missas e eventos pastorais. “Mas não podem exigir algo que o Estado não exige.”
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“Discute-se muito se o próprio Estado poderia adotar todas as medidas que adotou na pandemia, por isso a delicadeza da posição da Igreja”, diz o advogado.
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— ACI Digital (@acidigital) March 10, 2022