Hoje, 10 de abril, a Igreja celebra o Domingo de Ramos, dando início à Semana Santa.  O evangelho do dia corresponde à leitura de São Marcos. O primeiro (Mc 11,1-10), lido antes da procissão, narra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, já o segundo (Mc 15,1-39) traz a narração da Paixão de Cristo.

A seguir, leia os Evangelhos deste Domingo de Ramos:

Lc 19,28-40

Naquele tempo, 28Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém. 29Quando se aproximou de Betfagé e Betânia, perto do monte chamado das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos, dizendo: 30“Ide ao povoado ali na frente. Logo na entrada encontrareis um jumentinho amarrado, que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui. 31Se alguém, por acaso, vos perguntar: ‘Por que desamarrais o jumentinho?’, respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele’”. 32Os enviados partiram e encontraram tudo exatamente como Jesus lhes havia dito. 33Quando desamarravam o jumentinho, os donos perguntaram: “Por que estais desamarrando o jumentinho?” 34Eles responderam: “O Senhor precisa dele”. 35E levaram o jumentinho a Jesus. Então puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram Jesus a montar. 36E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho.

37Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus por todos os milagres que tinha visto. 38Todos gritavam: “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!”

39Do meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: “Mestre, repreende teus discípulos!” 40Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”.

 

Lc 22,14-23,56

14Quando chegou a hora, Jesus pôs-se à mesa com os apóstolos 15e disse: 'Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal, antes de sofrer. 16Pois eu vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se realize no Reino de Deus'. 17Então Jesus tomou um cálice, deu graças e disse: 'Tomai este cálice e reparti entre vós; 18pois eu vos digo que, de agora em diante, não mais bebereis do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus'. Fazei isto em memória de mim. 19A seguir, Jesus tomou um pão, deu graças, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: 'Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim'. 20Depois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: 'Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós'. Mas ai daquele por meio de quem o Filho do Homem é entregue. 21'Todavia, a mão de quem me vai entregar está comigo, nesta mesa. 22Sim, o Filho do Homem vai morrer, como está determinado. Mas ai daquele homem por meio de quem ele é entregue.' 23Então os apóstolos começaram a perguntar uns aos outros qual deles haveria de fazer tal coisa. Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve.

24Houve também uma discussão entre eles sobre qual deles deveria ser considerado o maior. 25Jesus, porém, lhes disse: 'Os reis das nações dominam sobre elas, e os que têm poder se fazem chamar benfeitores. 26Entre vós, não deve ser assim. Pelo contrário, o maior entre vós seja como o mais novo, e o que manda, como quem está servindo. 27Afinal, quem é o maior: quem está sentado à mesa, ou quem está servindo? Não é quem está sentado à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve. 28Vós ficastes comigo em minhas provações. 29Por isso, assim como o meu Pai me confiou o Reino, eu também vos confio o Reino. 30Vós havereis de comer e beber à minha mesa no meu Reino, e sentar-vos em tronos para julgar as doze tribos de Israel. Tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos. 31Simão, Simão! Olha que Satanás pediu permissão para vos peneirar como trigo. 32Eu, porém, rezei por ti, para que tua fé não se apague. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.' 33Mas Simão disse: 'Senhor, eu estou pronto para ir contigo até mesmo à prisão e à morte!' 34Jesus, porém, respondeu: 'Pedro, eu te digo que hoje, antes que o galo cante, três vezes tu negarás que me conheces.' É preciso que se cumpra em mim a palavra da Escritura.

35E Jesus lhes perguntou: 'Quando vos enviei sem bolsa, sem sacola, sem sandálias, faltou-vos alguma coisa?' Eles responderam: 'Nada.' 36Jesus continuou: 'Agora, porém, quem tiver bolsa, deve pegá-la; do mesmo modo, quem tiver uma sacola; e quem não tiver espada, venda o manto para comprar uma. 37Porque eu vos digo: É preciso que se cumpra em mim a palavra da Escritura: `Ele foi contado entre os malfeitores'. Pois o que foi dito a meu respeito tem de se realizar.' 38Mas eles disseram: 'Senhor, aqui estão duas espadas.' Jesus respondeu: 'Basta.'

Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência. 39Jesus saiu e, como de costume, foi para o monte das Oliveiras. Os discípulos o acompanharam. 40Chegando ao lugar, Jesus lhes disse: 'Orai para não entrardes em tentação.' 41Então afastou-se a uma certa distância e, de joelhos, começou a rezar: 42'Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua!' 43Apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. 44Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência. Seu suor tornou-se como gotas de sangue que caíam no chão. 45Levantando-se da oração, Jesus foi para junto dos discípulos e encontrou-os dormindo, de tanta tristeza. 46E perguntou-lhes: 'Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai para não entrardes em tentação.'

47Jesus ainda falava, quando chegou uma multidão. Na frente, vinha um dos Doze, chamado Judas, que se aproximou de Jesus para beijá-lo. 48Jesus lhe disse: 'Judas, com um beijo tu entregas o Filho do Homem?' 49Vendo o que ia acontecer, os que estavam com Jesus disseram: 'Senhor, vamos atacá-los com a espada?' 50E um deles feriu o empregado do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. 51Jesus, porém, ordenou: 'Deixai, basta!' E tocando a orelha do homem, o curou. 52Depois Jesus disse aos sumos sacerdotes, aos chefes dos guardas do templo e aos anciãos, que tinham vindo prendê-lo: 'Vós saístes com espadas e paus, como se eu fosse um ladrão? 53Todos os dias eu estava convosco no templo, e nunca levantastes a mão contra mim. Mas esta é a vossa hora, a hora do poder das trevas.' Pedro saiu para fora e chorou amargamente.

54Eles prenderam Jesus e o levaram, conduzindo-o à casa do Sumo Sacerdote. Pedro acompanhava de longe. 55Eles acenderam uma fogueira no meio do pátio e sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. 56Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo; encarou-o bem e disse: 'Este aqui também estava com ele!' 57Mas Pedro negou: 'Mulher, eu nem o conheço!' 58Pouco depois, um outro viu Pedro e disse: 'Tu também és um deles.' Mas Pedro respondeu: 'Homem, não sou .' 59Passou mais ou menos uma hora, e um outro insistia: 'Certamente, este aqui também estava com ele, porque é galileu!' Mas Pedro respondeu: 60'Homem, não sei o que estás dizendo!' Nesse momento, enquanto Pedro ainda falava, um galo cantou. 61Então o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: 'Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás.' 62Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente.

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63Os guardas caçoavam de Jesus e espancavam-no; 64cobriam o seu rosto e lhe diziam: 'Profetiza quem foi que te bateu?' 65E o insultavam de muitos outros modos. Levaram Jesus ao tribunal deles. 66Ao amanhecer, os anciãos do povo, os sumos sacerdotes e os mestres da Lei reuniram-se em conselho e levaram Jesus ao tribunal deles. 67E diziam: 'Se és o Cristo, dize-nos!' Jesus respondeu: 'Se eu vos disser, não me acreditareis, 68e, se eu vos fizer perguntas, não me respondereis. 69Mas, de agora em diante, o Filho do Homem estará sentado à direita do Deus Poderoso.' 70Então todos perguntaram: 'Tu és, portanto, o Filho de Deus?' Jesus respondeu: 'Vós mesmos estais dizendo que eu sou!' 71Eles disseram: 'Será que ainda precisamos de testemunhas? Nós mesmos o ouvimos de sua própria boca!'

23,1Em seguida, toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. 2Começaram então a acusá-lo, dizendo: 'Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei.' 3Pilatos o interrogou: 'Tu és o rei dos judeus?' Jesus respondeu, declarando: 'Tu o dizes!' 4Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: 'Não encontro neste homem nenhum crime.' 5Eles, porém, insistiam: 'Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui.' 6Quando ouviu isto, Pilatos perguntou: 'Este homem é galileu?' 7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias.

Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu. 10Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos.

Pilatos entregou Jesus à vontade deles. 13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse: 14'Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei. 18Toda a multidão começou a gritar: 'Fora com ele! Solta-nos Barrabás!' 19Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritavam: 'Crucifica-o! Crucifica-o!' 22E Pilatos falou pela terceira vez: 'Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei.' 23Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais.

24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que eles queriam - aquele que fora preso por revolta e homicídio - e entregou Jesus à vontade deles. Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! 26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. 27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse: 'Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias virão em que se dirá: 'Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram'. 30Entóo começarão a pedir às montanhas: 'Caí sobre nós! e às colinas: 'Escondei-nos!' 31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?'

32Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto com Jesus. 33Quando chegaram ao lugar chamado 'Calvário', ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. 34Jesus dizia: 'Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!' Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: 'A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!' 36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam: 'Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!' 38Acima dele havia um letreiro: 'Este é o Rei dos Judeus.'

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39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: 'Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!' 40Mas o outro o repreendeu, dizendo: 'Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal.' 42E acrescentou: 'Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado.' 43Jesus lhe respondeu: 'Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso.' Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. 44Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até às três horas da tarde, 45pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus deu um forte grito: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.' Dizendo isso, expirou.

47O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus dizendo: 'De fato! Este homem era justo!' 48E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido, e voltaram para casa, batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram à distância, olhando essas coisas.

50Havia um homem bom e justo, chamado José, membro do Conselho, 51o qual não tinha aprovado a decisão nem a ação dos outros membros. Ele era de Arimateia, uma cidade da Judeia, e esperava a vinda do Reino de Deus. 52José foi ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 53Desceu o corpo da cruz, enrolou-o num lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. 54Era o dia da preparação da Páscoa, e o sábado já estava começando. 55As mulheres, que tinham vindo da Galileia com Jesus, foram com José, para ver o túmulo e como o corpo de Jesus ali fora colocado. 56Depois voltaram para casa e prepararam perfumes e bálsamos. E, no sábado, elas descansaram, conforme ordenava a Lei.

 

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