ORLANDO, 11 de abr de 2022 às 15:20
Os contos de fadas e as histórias infantis da Disney encantam milhares de famílias há décadas, mas, para um líder católico, a empresa está sucumbindo ao crescente ativismo político institucional de uma minoria bem organizada da esquerda.
“Walt Disney deve estar se revirando no túmulo. Ele fundou a Disney para ser uma grande megaestrutura de entretenimento para crianças e famílias. Agora, seguiram a linha de uma minoria de pessoas bem organizadas de esquerda que têm sua própria agenda política e estão sucumbindo a isso", disse o presidente da Liga Católica para os Direitos Civis e Religiosos dos EUA, William Donohue, em entrevista ao jornal National Catholic Register, do grupo EWTN a que pertence ACI Digital.
Os comentários de Donohue se devem a que o presidente da Disney, Karey Burke, divulgou uma mensagem em vídeo anunciando seu apoio a ter "muitos, muitos, muitos personagens LGBTQIA em nossas histórias", com o objetivo de que um mínimo de 50% dos personagens sejam "LGTB" (lésbicas, gays, transgênero e bissexual) e de uma minoria racial.
O anúncio de Burke foi uma resposta ao projeto de lei 1557 da Flórida sobre a lei de "Direitos dos Pais na Educação", chamada por seus críticos como "Não diga gay" (Don’t say gay). A lei proíbe que as escolas doutrinem na ideologia de gênero, que considera que o sexo uma questão sociocultural e de autopercepção independente da natureza.
Donohue disse na entrevista que as ações da Disney ofenderam pessoas de todas as religiões.
“A empresa deveria voltar a fazer as crianças felizes e não se envolver nas leis de nenhum dos lados do espectro político. Nunca pensamos que chegaria o dia em que as corporações se voltariam contra nós", disse ele.
Donohue também lamentou que "durante muito tempo vimos o anti-catolicismo nos meios, na comunidade artística, entre os grupos ativistas e as organizações sem fins lucrativos”.
“As corporações nunca iriam contra os valores morais tradicionais, mas agora, porque têm medo de serem boicotadas, caluniadas ou intimidadas, estão sucumbindo. Eles sabem disso melhor do que ninguém, mas estão sucumbindo”, acrescentou.
As novas propostas da Disney também preocupam pais.
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“Olha, eu amo a Disney. Mas, isso é demais. Minha esposa e eu estamos fora. A maioria dos nossos amigos também está fora. Não queremos que nossos filhos sejam expostos a isso antes de que sejam adolescentes", escreveu um pai preocupado no Twitter sobre a nova direção da empresa.
Sue Domen, católica e mãe de três filhas, lamentou ter que dizer à filha mais nova que planeja cancelar a assinatura de sua família no serviço de streaming da empresa, Disney +.
“Isso deixa meu coração triste porque muitas das lembranças das três meninas eram cantando músicas da Disney, e todos nós adorávamos assistir a esses contos clássicos e ir aos parques. Mas promover ativamente a confusão é absolutamente inaceitável. Confundir alguém sobre sua própria identidade, eu acho, é uma ideologia tão diabólica e prejudicial", disse Domen ao Register.
“A Disney está projetando ideologias particulares nos espectadores por meio de uma história de confiança. De uma perspectiva católica fiel, acho desastroso e prejudicial para os jovens e seu desenvolvimento”, disse Domen.
E acrescentou: “Como uma empresa que construiu seu império na magia e inocência da infância, é ainda mais doloroso. Muitas famílias não querem esse conteúdo da Disney."
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— ACI Digital (@acidigital) March 29, 2022