29 de mar de 2024 às 05:00
Hoje (29), é Sexta-feira Santa e toda a Igreja se une em luto e espírito penitencial para comemorar a Paixão e Morte do Senhor.
A liturgia de hoje, na sua riqueza, oferece momentos intensos para poder aprofundar o mistério do sacrifício de Cristo.
Em todo o mundo cristão são feitas diversas expressões de fé: reza-se a via-sacra, ouve-se o “Sermão das Sete Palavras”, que é uma reflexão sobre as palavras que Cristo pronunciou na Cruz, e são feitas procissões ou eventos públicos semelhantes, geralmente com a imagem de Cristo sofredor e de sua Mãe Dolorosa.
Na Sexta-feira Santa não se celebra a eucaristia ou qualquer outro sacramento, exceto, o sacramento da reconciliação e a unção dos enfermos em caso de necessidade.
Um dia para colocar o coração diante do Senhor
Na tarde da Sexta-Feira Santa acontece a Celebração da Paixão do Senhor, que comemora os diversos momentos que o Salvador teve que passar nas horas anteriores a sua morte. Este itinerário de dor é recordado passo a passo através da leitura da Palavra, da Adoração da Cruz e da Comunhão Eucarística, consagrada no dia anterior, Quinta-feira Santa.
A Santa Mãe Igreja também convida a acompanhar Nossa Senhora nos seus sofrimentos maternais. Ela nunca abandonou o seu Filho e, ao contrário da grande maioria dos discípulos, não fugiu e permaneceu ao pé da Cruz.
No final da Celebração da Paixão, depois da Adoração da Cruz, o Missal Romano contempla: “Conforme as condições do lugar ou das tradições populares e, segundo a conveniência pastoral, pode ser cantado o Stabat Mater, (.. .) ou alguma canção apropriada que recorde a dor da Bem-Aventurada Virgem Maria” (VS, n. 20).
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À noite, os fiéis meditam sobre caminho de Jesus Cristo ao Calvário ou ao Gólgota através da via-sacra. Antes do fim do dia, em muitos lugares se celebra o “Ofício das Trevas”, no qual se lembram das trevas em que o mundo caiu quando o Redentor morreu.
Essa celebração, geralmente no interior do templo e num ambiente de escuridão crescente, termina com um sinal de esperança – acende-se uma vela no altar – que lembra que Jesus ressuscitará.
Todas estas formas de piedade tornam evidente que a Igreja, como boa mãe, oferece os meios necessários para se aproximar de Deus e compreender melhor o mistério do seu amor sacrificial, que é infinito. Nunca esqueçamos que Cristo nada guardou para si, que deu tudo pela nossa salvação.
Os fiéis devem viver esse dia mantendo o silêncio, tanto externo como interno, e com um espírito reflexivo. Devem-se unir ao luto pela morte de Jesus Cristo, disse o padre Donato Jiménez, OAR: “Devemos fazer nossos os sentimentos da Igreja”. Contribui enormemente para esse propósito que mantenhamos a abstinência e o jejum.
O que está quebrado será unido e renovado
O padre Jiménez também lembra que na Sexta-feira Santa “celebramos a morte de Jesus, que morreu por cada um de nós e por toda a humanidade para nos reconciliar com o Pai”. Ou seja, hoje é celebrado o amor extremo, o amor divino, o único capaz de pagar o resgate mais caro para a salvação dos homens: a vida do Filho.
Isso tem implicações tremendas para a vida diária: através de Cristo, as portas que tinham sido fechadas pelo pecado foram abertas novamente, para nunca mais serem fechadas.
É importante, então, meditar no fato de que Jesus se entregou na Cruz por cada um de nós, pessoalmente, por mim, por você e não de forma “massiva”. É necessário compreender que a Cruz é sinal de vitória: através da Cruz «morre a morte», porque por ela morrem o pecado e as suas consequências; minha própria morte morre. É a maior vitória, independentemente de ter gosto de fracasso para o mundo.