Vaticano, 25 de abr de 2022 às 15:45
O papa Francisco escreveu uma carta ao patriarca ortodoxo de Moscou, Kirill, por ocasião da Páscoa segundo o calendário juliano, que foi celebrada no domingo (24). Francisco rezou para que o Espírito Santo “transforme nossos corações e nos torne verdadeiros artífices da paz”.
"Querido irmão! Que o Espírito Santo possa transformar nossos corações e nos tornar verdadeiros artífices da paz, especialmente para a Ucrânia devastada pela guerra, para que a grande passagem pascal da morte para uma nova vida em Cristo possa se tornar uma realidade para o povo ucraniano, que anseia por um novo amanhecer que ponha um fim às trevas da guerra”, escreveu o papa.
Além disso, o papa destacou que nestes dias “sentimos todo o peso do sofrimento da nossa família humana, esmagada pela violência, pela guerra e por tantas injustiças” e recordou o sacrifício de Cristo na Cruz.
Francisco disse que “vamos continuar com o coração agradecido ao Senhor que tomou sobre Si todo o mal e toda a dor de nosso mundo”.
"Querido irmão! Rezemos uns pelos outros para dar testemunho confiável da mensagem evangélica de Cristo ressuscitado e da Igreja como sacramento universal de salvação, para que todos possam entrar no reino da justiça, da paz e da alegria no Espírito Santo”, pediu.
Finalmente, o papa felicitou os cristãos ortodoxos pela celebração da Páscoa e disse ao patriarca que, "unidos em oração mútua, confiamos nossas Igrejas e todos os nossos irmãos à intercessão de Maria, Mãe de Deus, que esteve com seu Filho em seu sofrimento e em sua morte e participou da alegria de sua ressurreição”.
Videoconferência com Kirill
O papa Francisco e o patriarca de Moscou e toda a Rússia, Kirill, fizeram uma videoconferência na qual discutiram a guerra na Ucrânia e questões de “cooperação bilateral”, em 16 de março.
Segundo informou a sala de imprensa da Santa Sé, "o papa Francisco agradeceu ao patriarca por este encontro, motivado pelo desejo de indicar, como pastores de seu povo, um caminho para a paz, para rezar pelo dom da paz, para um cessar fogo".
Da mesma forma, o papa e o patriarca Kirill concordaram que a Igreja "não deve usar a linguagem da política, mas a linguagem de Jesus". Ambos destacaram a excepcional importância do processo de negociação em curso porque, disse o papa, “quem paga a conta da guerra é o povo, são os soldados russos e é o povo que é bombardeado e morre”.
“Como pastores, temos o dever de estar perto e ajudar todas as pessoas que sofrem com a guerra”, disse o papa.
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Possível encontro com Kirill
Em dezembro de 2021, o papa disse no avião de volta a Roma, depois de concluir sua viagem apostólica a Chipre e Grécia, que havia “um encontro com o patriarca Kirill no horizonte não muito distante”.
No entanto, em recente entrevista do papa concedida ao jornal argentino La Nación, ele disse que a Santa Sé suspendeu uma possível segunda reunião marcada "para junho em Jerusalém" como parte de sua próxima viagem ao Líbano. Francisco explicou que "nossa diplomacia entendeu que um encontro dos dois neste momento poderia levar a muita confusão”.
Encontro do Papa com Kirill em 2016
O papa Francisco e o patriarca Kirill tiveram um encontro histórico em Havana, Cuba, em 12 de fevereiro de 2016.
Após a reunião privada, os líderes religiosos assinaram uma declaração e falaram brevemente sobre este importante evento.
O encontro histórico aconteceu no aeroporto José Martí de Havana e depois o papa retomou sua viagem ao México, onde permaneceu até 17 de fevereiro.
Confira também:
Papa e patriarca de Moscou conversam por vídeoconferência, diz patriarcado https://t.co/v6i19zGNn5
— ACI Digital (@acidigital) March 16, 2022