GAZA, 12 de mai de 2022 às 14:38
Um padre que serve em Gaza, área marcada por confrontos entre israelenses e palestinos, disse que "a Igreja é insubstituível" na região.
Entrevistado pela ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, padre Gabriel Romanelli, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), disse que “a maioria dos jovens de Gaza não tem emprego”.
“Então, o trabalho da Igreja é insubstituível, porque é a Igreja que tenta justamente ajudar as pessoas a encontrar trabalho, especialmente os jovens, para que possam se casar e progredir”, destacou.
Além disso, afirmou, a Igreja na Faixa de Gaza oferece sua ajuda “a todos os cristãos e também a um grande número de habitantes, especialmente os pobres, os doentes, servindo a milhares de pessoas. Isso literalmente todo mês”.
Gaza é um território palestino governado desde 2007 pela organização terrorista islâmica Hamas, e desde então está sob bloqueio militar do Egito e de Israel.
Apesar dessa situação, a relação entre cristãos e muçulmanos não implica perseguição constante contra aqueles que acreditam em Cristo. Gabriel Romanelli destaca que "certamente há pessoas e alguns ambientes com tensões, problemas e dificuldades, mas graças a Deus não há perseguição".
Segundo o padre missionário na região, o número de cristãos na Faixa de Gaza é de “1.077 pessoas. Desses 1.077, 137 são católicos”.
Por isso, existe só uma igreja católica na região: "a Paróquia da Sagrada Família de Gaza, que pertence ao Patriarcado Latino de Jerusalém e que tem sido assistida e confiada há vários anos à família religiosa do Verbo Encarnado".
“Os padres que atendem a paróquia católica são religiosos do Verbo Encarnado, ajudados pelas religiosas Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, que são da mesma família religiosa, e daí atendem às Irmãs da Madre Teresa e às Irmãs do Rosário”, explicou o padre Romanelli.
Apesar dos incidentes de violência na região, o padre destacou que a frequência dos fiéis na igreja católica sempre foi alta.
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“O templo é o coração de suas vidas. O templo e a paróquia em geral, a paróquia também como centro social”, destacou.
Romanelli disse que após a celebração do Tríduo Pascal de 2021, quando o governo israelense não deu permissão para os cristãos entrarem no país para visitar os lugares santos fez um levantamento e constatou que "86% dos católicos participaram de algumas das celebrações do Tríduo Pascal, além de 300 ortodoxos”.
Segundo o padre, as licenças emitidas pelo governo israelense "não são para emigrar, mas para ficar dentro do próprio país" e "incluem a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental".
“Não são para emprego permanente, são principalmente para diaristas”, disse o padre, que destacou que “as licenças para os cristãos são para visitar os lugares santos, ou parentes”.
Graças ao trabalho do Patriarcado Latino de Jerusalém “o governo de Israel concedeu mais autorizações do que nos últimos anos para que os cristãos possam ir à Cidade Santa para celebrar a Semana Santa. Eles deram permissão para 722 cristãos,” disse o padre.
Sobre a ajuda que oferecem uns aos outros na Faixa de Gaza, o padre católico disse que, "em geral, o habitante do Oriente Médio tem um grande sentido de família e tribo, e é por isso que eles se ajudam, como por exemplo na criação das crianças. Eles se ajudam inclusive materialmente se tiverem que construir uma casa, eles tentam viver juntos”.
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— ACI Digital (@acidigital) October 20, 2021