Um comentário num grupo de WhatsApp em que Deborah Yakubu testemunhou que Jesus Cristo a ajudou a ter um bom desempenho em seu exame irritou seus colegas muçulmanos que acharam ofensiva a menção a Jesus no grupo, dizem colegas da estudante nigeriana que foi apedrejada até a morte e teve o corpo incendiado.

Remi Isaac, que diz no Facebook ter sido colega de curso de Deborah no Shehu Shagari College of Education, em Sokoto, disse que houve uma acalorada discussão quando os alunos falaram sobre um exame para o qual estavam se preparando.

“Tudo começou com um debate sobre o próximo exame em uma plataforma geral de WhatsApp criada para nossos colegas de curso. Uma das alunas perguntou a ela (Deborah) como ela passou no exame do semestre passado e, em resposta, ela disse 'foi Jesus", disse Isaac num post no domingo, 15 de maio. “Imediatamente, outras mensagens chegaram de dois muçulmanos e um cristão, dizendo a ela para retirar a declaração”.

Isaac disse que que dois estudantes de outros departamentos que ouviram alguns alunos muçulmanos discutindo o assunto disseram a amigos íntimos de Deborah para aconselhá-la a retirar a declaração. Mas diz-se que Deborah se manteve firme e respondeu por meio de uma mensagem de voz, dizendo: “Fogo do Espírito Santo. Nada vai acontecer comigo.”

Vários relatos da mídia indicaram que os muçulmanos entre os alunos com quem Deborah discutiu no WhatsApp alegaram que ela havia feito declarações blasfemas sobre Maomé.

A discussão no WhatsApp teria ocorrido durante o mês muçulmano do Ramadã, quando a faculdade estava de férias. Quando viram Deborah na faculdade em 12 de maio, estudantes muçulmanos do sexo masculino a cercaram e começaram a apedrejá-la até ela cair. Eles teriam se assegurado de que ela morresse e, posteriormente, incendiaram seu corpo.

“Fizeram-nos entender que alguns jovens foram trazidos de fora antes da indignação. Eu estava na aula quando alguns de nossos colegas de curso entraram correndo, dizendo 'há fogo na montanha”, disse Remi no post no Facebook em que narrou os eventos que precederam o assassinato de Deborah no Sokoto College.

A irmã Esther Nkiru Ezedinachi, que dirige “Alimentando Cristo através deles”, um programa para pessoas com deficiência mental que ficaram desabrigadas devido às atividades de militantes islâmicos na Nigéria, disse à ACI Africa, agência para a África do grupo ACI, que o assassinato de Deborah trouxe tristeza aos cristãos na Nigéria.

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Ao enviar a mensagem de Remi para ACI Africa, irmã Nkiru disse que o assassinato de Deborah foi “inacreditável”.

“Nossos corações estão cheios de tristeza. As lágrimas estão em todos os rostos. (Estes são) ataques muçulmanos contra cristãos. Esperamos pela reação do governo”, disse a freira das Servas do Santo Menino Jesus (HHCJ) na diocese de Ekwulobia, na Nigéria.

Em uma reflexão de 16 de maio, o bispo Emmanuel Adetoyese Badejo, da diocese de Oyo, na Nigéria, admitiu que estava profundamente irritado com o apedrejamento até a morte e a queima do estudante de Economia Cristã.

“Estou indignado”, disse o bispo Badejo em sua reflexão, e acrescentou: “Estou tão furioso quanto qualquer nigeriano são pelo assassinato covarde em Sokoto de Deborah Yakubu, uma senhora zuru de Ribah, no estado de Kebbi, porque ela supostamente expressou uma opinião que alguns jovens acharam ofensiva”.

O bispo descreveu o assassinato de Deborah como “um crime bárbaro contra a vida e a decência humanas” e ofereceu orações pelo descanso de sua alma.

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