O ex-padre Pedro Leandro Ricardo foi condenado pela Justiça de Araras (SP) a 21 anos de prisão, em regime fechado, por atentado violento ao pudor. Ele poderá recorrer da decisão em liberdade. Ricardo já havia sido demitido do estado clerical pelo papa Francisco.

Os abusos contra uma criança e três adolescentes coroinhas teriam acontecido entre 2002 e 2005, quando o então sacerdote atuava na paróquia São Francisco de Assis, em Araras. Em 2019, o Ministério Público apresentou as denúncias, que foram aceitas pela Vara Criminal de Araras em 2020.

Pedro Leandro Ricardo foi condenado em duas acusações e a pena foi agravada por causa da posição de autoridade que ele exercia sobre as vítimas. Para o juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira, Ricardo usava da sua condição e escolhia as vítimas com situações familiares desestruturadas sabendo que não seria questionado ou enfrentado por seus atos.

O ex-padre não foi condenado em duas das acusações, porque, segundo o juiz, na época dos fatos, os toques corporais não eram considerados atentado violento ao pudor, mas contravenção penal de perturbação da tranquilidade. “Fosse hoje os fatos perpetrados contra as vítimas seriam classificados como ‘violência sexual mediante fraude’ ou ‘importunação sexual’. Entretanto, à época, não havia tais tipificações penais, não podendo elas retroagir para prejudicar o denunciado”, disse o juiz.

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Pedro Leandro Ricardo foi demitido do estado clerical em março deste ano. A diocese de Limeira (SP), informou que esta decisão foi tomada “para o bem da Igreja” após procedimento canônico próprio. Na época, o ex-padre estava em Americana (SP), mas já tinha sido afastado das funções de reitor e pároco da basílica Santo Antônio de Pádua, desde janeiro de 2019.

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