MADRI, 3 de jun de 2022 às 16:02
O padre espanhol Juan Manuel Góngora, com mais de 51 mil seguidores no Twitter, respondeu ao padre jesuíta americano James Martin, para quem um católico pode celebrar o “mês do orgulho gay ou LGBTQ”.
Martin, nomeado em 2017 consultor da Secretaria de Comunicação da Santa Sé, publicou um tuíte ontem (2) afirmando que um católico pode celebrar o “orgulho” gay em junho, mês que a Igreja dedica ao Sagrado Coração de Jesus.
“Os católicos podem celebrar o Mês do Orgulho? Sim, porque para uma pessoa LGBTQ (lésbica, gay, bissexual, transgênero e queer) não se trata de celebrar a vaidade, mas de reconhecer a dignidade humana”, escreveu o jesuíta. “Para a pessoa religiosa, também é uma lembrança de que as pessoas LGBTQ são filhos amados de Deus. #Pride2022”, acrescentou padre James Martin, usando a hashtag com a qual a comunidade homossexual celebra o mês do orgulho gay.
Em sua mensagem, padre Góngora disse que “a verdadeira resposta é que os católicos não podem celebrar a exaltação de atos que são 'intrinsecamente desordenados', e muito menos orgulhar-se de tendências sexuais fechadas à vida por natureza”.
"A mentira não é acolhida e enganar os filhos de Deus é um pecado grave", alertou Góngora.
Um católico pode celebrar o “orgulho gay”?
O padre Mario Arroyo, doutor em Filosofia e professor da Universidade Pan-Americana da Cidade do México, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que “um católico não deve celebrar o mês do orgulho gay ou o dia do orgulho gay por três razões”.
“A primeira é porque a forma de exercer a sexualidade não é motivo de orgulho, é uma questão pessoal, íntima, que não deve ter relevância social, pública, principalmente neste caso que não representa nenhum benefício para a sociedade”.
A segunda razão refere-se ao fato de que “não podemos ser ingênuos: muitas dessas celebrações do orgulho gay, como os desfiles, são marcadas por um forte conteúdo antirreligioso, em oposição à Igreja, à Bíblia e ao próprio Deus. É como colaborar com a causa que não defende os valores que que você tem”.
A terceira razão é que "o orgulho gay ou as marchas do orgulho gay não representam todas as pessoas que são gays ou homossexuais".
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As marchas do orgulho gay
Por sua vez, frei Nelson Medina, padre conhecido por seu apostolado nas redes sociais e doutor em Teologia Fundamental, disse à ACI Prensa que “pelo lado das reais motivações por trás do dia ou mês do 'orgulho', a resposta é que nenhum cristão tem nada para apoiar aí”.
Frei Nelson listou então três elementos das manifestações do “orgulho gay”.
O primeiro é que "exaltam práticas sexuais incompatíveis com a moral católica, por motivos amplamente estudados em bons cursos de moral antropológica e bíblica".
O segundo é que "convidam muitas outras pessoas a expressarem ou experimentarem, mesmo por curiosidade, esse mesmo tipo de prática".
E o terceiro é que, com frequência, essas manifestações “denigrem, insultam ou zombam daqueles que eles consideram como seus adversários, ou seja, os católicos convencidos de sua fé”.
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— ACI Digital (@acidigital) May 10, 2022