REDAÇÃO CENTRAL, 5 de jun de 2023 às 06:00
Há alguns anos, um grupo de astronautas que estavam no espaço em uma missão em torno do planeta Terra teve a oportunidade de receber a comunhão a bordo da nave que os transportava.
Em abril de 1994, o astronauta Thomas D. Jones estava a bordo da nave Endeavour, em uma missão para estudar as mudanças em torno da Terra. Com ele, viajavam outras cinco pessoas.
Entre eles, estavam os outros dois astronautas que receberam a comunhão: o comandante Sidney “Sid” Gutiérrez e o piloto Kevin Chilton. Para ambos, esta era sua segunda viagem ao espaço, enquanto para Jones era a primeira.
Em seu livro “Sky Walking: An Astronaut’s Memoir” (Caminhando no Céu: Memória de um astronauta), Jones recorda que “estava consciente de que cada dia no espaço era um presente especial, sabia que me havia sido concedido um privilégio único”.
“Cada noite antes de dormir, agradeci a Deus por essas maravilhosas vistas da Terra e pelo êxito de nossa missão. Continuamente pedia pela segurança de nossa tripulação e para que tivéssemos um feliz encontro com nossas famílias”.
No texto, Jones indica que Kevin Chilton era ministro extraordinário da Eucaristia e que tinha levado consigo na viagem algumas hóstias em um porta viático de ouro.
No domingo em que estavam no espaço, duas semanas depois da Páscoa, os três se reuniram na cabine de voo para comungar. Nesse momento, “os três agradecemos a Deus pela vista de Seu universo, pela boa companhia e pelo êxito que havíamos tido até agora”, recorda Jones.
“Kevin compartilhou o Corpo de Cristo com Sid e comigo e flutuamos na cabine de voo, refletindo em silêncio nesse momento de paz e de verdadeira comunhão com Cristo”, indicou.
“Enquanto meditávamos tranquilamente na cabine escura, uma deslumbrante luz branca surgiu no espaço e entrou na cabine. A luz radiante do sol que foi avistado através das janelas dianteiras de Endeavour e nos deu calor. Que outro sinal poderíamos pedir senão este? Foi a afirmação gentil de Deus de nossa união com Ele”.
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Comovido até as lágrimas, Jones se afastou de seus companheiros. Viu o amanhecer através das janelas e o Oceano Pacífico, cuja superfície azul resplandecia com a luz do sol.
O astronauta narra que chamou seus colegas para que apreciassem essa vista com ele. “Com a água viva abaixo, bebemos em tonalidades incomparáveis com a paleta de qualquer artista humano”, recordou.
“Depois desse momento, Kevin disse: ‘É da mesma cor azul que o véu da Virgem, Tom’. Ele tinha razão. Tinha encontrado a forma perfeita para expressar o que extávamos vendo através da janela”, expressou.
Passados 10 anos dessa viagem ao espaço, Jones expressou: “Estamos designados a nos surpreender no espaço. Se nossa espécie imperfeita encontrou tais lampejos de deleite em nossa primeira tentativa com o cosmos, então, verdadeiramente, encontramos um Deus muito carinhoso e generoso”.
Atualmente, Jones, Chilton e Gutiérrez estão aposentados. Jones participou de quatro missões espaciais, Chilton de três e Gutiérrez de duas. Todos receberam distintos prêmios de reconhecimento outorgados pela NASA.
Esta foi a primeira vez que alguém comungou no espaço. Em 2013, o astronauta Mike Hopkins levou para o espaço seis hóstias divididas em quatro pedaços.
Para fazer isso, obteve permissão da diocese de Galveston-Houston. Ele as consumiu durante as 24 semanas que esteve no espaço.
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— ACI Digital (@acidigital) 16 de setembro de 2017