KANSAS, 15 de jun de 2022 às 10:33
Com uma peregrinação de quase 100 quilômetros, centenas de católicos prestam homenagem ao servo de Deus padre Emil Kapaun, sacerdote, capelão e herói nacional dos EUA, morto em um campo de concentração norte-coreano aos 35 anos.
Em uma reportagem de Alan Holdren para o programa EWTN in Depth, ele conta que a peregrinação aconteceu de 2 a 5 de junho e centenas de católicos caminharam 96 quilômetros em quatro dias, da cidade de Wichita à igreja de São João Nepomuceno , onde padre Kapaun foi batizado em 9 de maio de 1916, poucas semanas depois de seu nascimento, em 20 de abril, Quinta-feira Santa.
O padre Kapaun foi ordenado sacerdote em 1940 e entrou nas forças armadas em 1944, servindo nas forças armadas na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coreia.
Padre Emil Kapaun. Crédito US Army
Após anos de entrega ao Senhor, ele morreu como prisioneiro em um campo norte-coreano onde passou sete meses, em 23 de maio de 1951, vítima de pneumonia e desnutrição.
Para chegar ao local ele andou cerca de 140 quilômetros.
Seus restos mortais foram identificados em março de 2021, foram levados do cemitério nacional em Honolulu, estado do Havaí, para o Kansas. Seu funeral foi em 29 de setembro e ele foi enterrado na catedral da Imaculada Conceição em Wichita.
JP Brunke, coordenador da peregrinação, comenta que este ano e por causa da chuva "os pés de todas estas pessoas já não estão secos, mas estão sendo forjados nesta causa, no desejo de seguir os passos e na experiência deste homem, para conhecer mais sobre ele”.
Padre Eric Weldon e alguns de seus amigos começaram as peregrinações há 14 anos, exatamente em 2009.
“Sempre penso em todos os quilômetros que ele caminhou até aquele campo de prisioneiros de guerra e lembro que há 14 anos queríamos fazer algo por alguns dias, algo que ele fez por três semanas e em condições mais duras, ameaçado de morte, sem comida, com frio. Achei que poderíamos fazer algo aqui no Kansas para recordá-lo e celebrá-lo”, explicou o padre sobre a origem da peregrinação.
Natalie Stuhlsatz comenta que o evento “é uma grande peregrinação à qual basta ir”.
“Saber que todos têm dificuldades como você e experimentar um pouco da dor que o padre Kapaun passou é, sem dúvida, uma experiência de humildade”, acrescenta.
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Curtis Hecker, capelão da escola Kapaun Mt. Carmel, diz que durante a peregrinação, “em conversas ou em meio à beleza da natureza, você recebe coisas do Senhor e Ele derrama sua graça sobre você, também em meio às dificuldades”.
Para o padre Weldon, “o objetivo desta peregrinação é fazer uma jornada espiritual fisicamente exigente, visitar lugares onde padre Kapaun esteve e chamar a atenção para sua causa de canonização”.
A entrega do padre Kapaun
O site da diocese de Wichita, criado para encorajar a causa de canonização do padre, lembra que quando estava preso na Coreia, padre Kapaun se levantava muito cedo para atender os outros presos, independentemente das temperaturas abaixo de zero do inverno.
Ele dava comida aos outros, cuidava deles e até dava banho naqueles que estavam fracos demais para fazê-lo. Ele se ofereceu para enterrar os mortos e fazer algumas orações por eles.
Nas duas sessões de doutrinação que os prisioneiros tinham, os comunistas tentavam convencê-los do quanto o capitalismo e a religião eram ruins.
Numa ocasião, padre Kapaun levantou-se e disse: “Deus é tão real quanto o ar que você respira, mas não pode ver; como os sons que você ouve, mas não pode ver; como os pensamentos e ideias que você tem, mas não pode ver ou sentir”.
O padre também rezava com os prisioneiros, inclusive os animava a rezar por seus sequestradores.
Confira também:
O milagre eucarístico com o qual se instituiu a solenidade de Corpus Christi https://t.co/iQ8l3lVFWd
— ACI Digital (@acidigital) June 15, 2022